<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=15 mm><LF=164 mm><AF=259 mm><FIOH=2 pt><MF=27 mm><PF=40 mm><LF=164 mm>ATA DA OCTOGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 24.09.1997.

 


Aos vinte e quatro dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Renato Guimarães e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Pedro Ruas e Sônia Santos. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Septuagésima Oitava Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pela Vereadora Anamaria Negroni, as Indicações nºs 105 e 106/97 (Processos nºs 2851 e 2852/97, respectivamente); pelo Vereador Cláudio Sebenelo, 01 Pedido de Providências e os Pedidos de Informações nºs 149 e 150/97 (Processos nºs 2868 e 2878/97, respectivamente); pelo Vereador João Dib, o Pedido de Informações nº 152/97 (Processo nº 2907/97); pela Vereadora Tereza Franco, 03 Pedidos de Providências e o Projeto de Lei do Legislativo nº 171/97 (Processo nº 2866/97). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 422 e 427/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 40/97, do Deputado Estadual/RS Valdir Fraga, Presidente da Comissão de Assuntos Municipais; 83/97, do Senhor Hédio Brandenburg, Presidente do Poder Legislativo de Sinimbu/RS; 99/97, do Senhor Jorge Peixoto de Mattos, Diretor-Presidente da Gestão MOVIMENTO da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal - APCEF-RS; 118/97, do Vereador Luís de Souza Cardoso, Assessor Episcopal da Igreja Metodista no Brasil; 122/97, do Senhor Antônio Carlos Lago, Coordenador-Geral de Comunicação Social da Fundação Nacional do Índio - FUNAI; 198/97, da Câmara Municipal de Ribeirão Preto/SP; 277 e 281/97, do Senhor Juarez de Souza, Presidente da Câmara Municipal de Viamão/RS; 280/97, do Senhor Mario Augusto Teixeira de Souza, Presidente da Câmara Municipal de Quaraí/RS; 341/97, do Senhor João Carlos Vasconcellos, Diretor-Presidente da Empresa Portoalegrense de Turismo S/A - EPATUR; 371/97, do Senhor Paulo Vidal, Deputado Estadual/RS; 592/97, do Senhor Romeu Ribeiro de Barros, Gerente Comercial da Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos - ECT; 1258/97, do Senhor Mauri Cruz, do Conselho Municipal dos Transportes Urbanos; 1379/97, do Engenheiro Estilac Xavier, Secretário Municipal de Obras e Viação; 1932 e 2033/97, do Senhor Gilberto Mussi, Chefe da Casa Civil Adjunto/RS; 2596/97, do Senhor José Otávio Germano, Secretário dos Transportes/RS; s/nº, da Associação dos Táxis-Lotação de Porto Alegre - ATL; Convites: da Companhia Riograndense de Artes Gráficas - CORAG, para as comemorações alusivas ao vigésimo quarto aniversário da empresa; da Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul - FEDERASUL, para reunião-almoço com o Deputado Estadual João Luiz Vargas, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, para Sessão Solene de posse de seu novo membro efetivo, Professora Margaret Marchiori Bakos; da Goldberg Edições Musicais Ltda., para lançamento do catálogo "Compositores Gaúchos"; do Jockey Club do Rio Grande do Sul, para o Grande Prêmio Protetora do Turfe; Fax: do Senador Ney Suassuna, Presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional, e do Senador Aracely de Paula, Relator-Geral da Proposta Orçamentária para 1998; do Movimento Gaúcho pela Cidadania, convidando para lançamento oficial do Comitê Metropolitano. Ainda, foram apregoadas as Licenças para Tratamento de Saúde do Vereador Antônio Losada, para os dias 24 e 26 de setembro do corrente, e do Vereador Reginaldo Pujol, para os dias 24, 25 e 26 de setembro do corrente. Em continuidade, o Senhor Presidente declarou empossados na vereança os Suplentes Maristela Maffei, em substituição ao Vereador Antônio Losada, e Gilberto Batista, em substituição ao Vereador Reginaldo Pujol, informando que Suas Excelências integrarão as Comissões de Urbanização, Transportes e Habitação e de Constituição e Justiça, respectivamente. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Sebastião Henrique Lima, representando a Associação dos Servidores do INCRA no Rio Grande do Sul - ASSINCRA/RS, e ao Senhor Rudimar Müller, representando os pequenos produtores rurais do Estado/RS, que se pronunciaram a respeito da  situação  salarial  dos  servidores  federais e das dificuldades enfrentadas pelos pequenos produtores rurais com a falta de uma política agrícola eficiente. Solicitaram apoio das Bancadas da Casa, ressaltando que a desvalorização dos servidores do INCRA representa, também, uma desagilização no processo de reforma agrária. Na ocasião, os Vereadores Maria do Rosário, José Valdir, Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães, João Dib, Carlos Garcia, Lauro Hagemann, Gilberto Batista e Tereza Franco manifestaram-se, através de Questões de Ordem, acerca do assunto debatido na Tribuna Popular. Também, respondendo a Questões de Ordem dos Vereadores Hélio Corbellini e Cláudio Sebenelo, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da interpretação do artigo 94 do Regimento e sobre possibilidade de manifestação de Vereador que se encontre sem Bancada. Ainda, após consulta aos Senhores Vereadores, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Hélio Corbellini que, em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, discorreu  acerca  da  importância  do  INCRA, analisando, em especial, o trabalho realizado por esse Instituto nos assentamentos de colonos. Ainda, ressaltou a necessidade de uma reflexão "despojada de paixões" sobre a questão da reforma agrária. Após, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Gerson Almeida, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão, durante trinta minutos, de forma a possibilitar que os Senhores Vereadores realizem visita ao prédio do INCRA e manifestem pessoalmente seu apoio e solidariedade aos funcionários, aos agricultores e aos integrantes do Movimento Sem Terra que se encontram em greve de fome. Este Requerimento do Vereador Gerson Almeida foi encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Isaac Ainhorn, Maria do Rosário, Gilberto Batista, Cláudio Sebenelo e Carlos Garcia. Também, foi apregoado o Ofício nº 21042/235, encaminhado ao Senhor Arlindo Porto, Ministro da Agricultura e do Abastecimento, pelos Senhores Jânio Guedes Silveira, Superintendente Regional do INCRA/RS, e Clóvis Antônio Schwertner, Delegado Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul, A seguir, face a solicitação do Vereador João Dib, o Senhor Presidente registrou serem quinze horas e cinco minutos. Em continuidade, declarou suspensos os trabalhos às quinze horas e seis minutos, conforme Requerimento acima referido, de autoria do Vereador Gerson Almeida. Às quinze horas e cinqüenta minutos, constatada a existência de "quorum", foram reabertos os trabalhos. Na ocasião, respondendo a Questões de Ordem dos Vereadores João Dib, Antonio Hohlfeldt, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro, Adeli Sell e José Valdir, o Senhor Presidente prestou informações acerca do artigo 187 do Regimento e acerca da matéria a ser apreciada durante a Sessão. Também, os Vereadores João Dib e Gerson Almeida manifestaram-se acerca da retomada dos trabalhos desta Sessão, tendo em vista ter o Vereador João Dib declarado a mesma encerrada por falta de "quorum" às quinze horas e trinta e seis minutos. Na oportunidade, o Senhor Presidente informou que seria dada continuidade aos trabalhos da Octogésima Sessão Ordinária, em face de que, no momento da declaração de encerramento efetuada pelo Vereador João Dib, estar presente o Vereador Pedro Américo Leal, sendo Sua Excelência, nos termos do parágrafo único do artigo 217 do Regimento, responsável pela presidência dos trabalhos. Após, o Vereador João Dib solicitou oitiva da Comissão de Constituição e Justiça acerca do procedimento de retomada dos trabalhos da presente Sessão. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 26/97, discutido pelo Vereador Juarez Pinheiro e o Projeto de Lei do Legislativo nº 169/97, discutido pelos Vereadores Cyro Martini e Renato Guimarães; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nºs 22 e 21/97, este discutido pelo Vereador Juarez Pinheiro, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 161, 170 e 163/97, este discutido pelo Vereador Adeli Sell; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 130/95 e 166/97, este discutido pelo Vereador Juarez Pinheiro, e o Projeto de Lei Complementar  do  Executivo    05/97, este  discutido  pelo  Vereador  Antonio Hohlfeldt. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt defendeu a implantação de mão única na Rua Cruz Jobim, na Zona Norte, criticando a forma como tal implantação foi feita pela Secretaria Municipal dos Transportes, tendo em vista ter sido efetuado um deslocamento do trânsito da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia para a Rua Cruz Jobim, e afirmando que tal mudança traz prejuízos à comunidade local. O Vereador Carlos Garcia teceu considerações acerca de Pedido de Providências de sua autoria, no sentido de que seja asfaltada a Avenida Borges de Medeiros, no trecho compreendido entre a Avenida Ipiranga e o Viaduto da Avenida José de Alencar, onde atualmente observa-se um trecho de paralelepípedos regulares que, em dias de chuva, propiciam a ocorrência de acidentes. O Vereador Gilberto Batista ressaltou a importância de um clima harmonioso para a realização dos trabalhos deste Legislativo. Também, lamentou o não recebimento de respostas do Executivo Municipal aos Pedidos de Providências formulados pela Casa e relatou audiência mantida com o Diretor do Departamento de Esgotos Pluviais, para tratar dos alagamentos observados na Avenida Assis Brasil. O Vereador Fernando Záchia reportou-se ao pronunciamento do Vereador Gilberto Batista, acerca da falta de respostas do Executivo Municipal aos Pedidos de Providências encaminhados por este Legislativo. Ainda, questionou o uso que vem sendo dado às verbas oriundas de parcela da tarifa dos transportes coletivos, originariamente destinada à cobertura de seguro para os usuários. Neste sentido, destacou que tal seguro ainda não foi contratado pela Companhia Carris Porto-Alegrense. A seguir, os Vereadores Isaac Ainhorn e Antonio Hohlfeldt manifestaram-se acerca da ordem dos trabalhos da presente Sessão e, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, os trabalhos estiveram suspensos das dezessete horas e sete minutos às dezessete horas e treze minutos, para a realização de Reunião Conjunta de Comissões Permanentes. Reabertos os trabalhos, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando alteração na ordem de votação da matéria a ser apreciada, iniciando-se a votação dos Requerimentos. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou solicitações da Superintendência Nacional do INCRA e da Delegacia Federal da Agricultura, de cópias das notas taquigráficas dos pronunciamentos hoje efetuados na Casa relativos aos assuntos abordados em Tribuna Popular e das Moções em tramitação na Casa referentes ao tema, informando, também, a forma como seria encaminhada essa documentação. Após, foi aprovado o Requerimento nº 234/97 (Processo nº 2915/97 - Moção de Solidariedade com os pequenos agricultores, em greve de fome pela concessão de crédito para o sustento básico da agricultura familiar), de autoria do Vereador José Valdir. Foi apregoado o Requerimento nº 237/97 (Processo nº 2953/97 - Moção de Solidariedade à luta dos pequenos agricultores que estão em greve de fome na entrada do prédio do INCRA em Porto Alegre), de autoria do Vereador Gerson Almeida, Requerimento  este  considerado  prejudicado  face  à aprovação do Requerimento nº 234/97. Na ocasião, respondendo a Questão de Ordem do Vereador Gerson Almeida, o Senhor Presidente declarou a prejudicialidade do Requerimento nº 237/97. Foi aprovado o Requerimento nº 230/97 (Processo nº 2871/87 - Moção de Solidariedade aos trabalhadores do Serviço Público Federal que lutam pelo resgate de sua dignidade funcional e do respeito ao papel do servidor público), de autoria do Vereador Gerson Almeida, por vinte e três votos SIM e uma ABSTENÇÃO, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Isaac Ainhorn, votando Sim os Vereadores Adeli Sell, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Renato Guimarães, Gilberto Batista e Maristela Maffei e optando pela Abstenção o Vereador Antonio Hohlfeldt. Na oportunidade, o Senhor Presidente informou que a Mesa está elaborando um dossiê com o material relativo à análise, pela Casa, da situação dos pequenos agricultores, dossiê este que será entregue ao Senhor Clóvis Antônio Schwertner, Delegado Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul, para posterior encaminhamento aos Ministros de Estado Pedro Sampaio Malan, Arlindo Porto Neto e Raul Belém Jungmann Pinto, respectivamente, da Fazenda, da Agricultura e do Abastecimento e Extraordinário de Política Fundiária, e aos Senhores Milton Seligman e Pedro Pullen Parente, respectivamente, Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, INCRA, e Secretário-Executivo do Ministério da Fazenda. Na oportunidade, o Vereador Antonio Hohlfeldt, através de Questão de Ordem, solicitou fosse anexado a esse dossiê a votação da Moção de Solidariedade apresentada pelo Vereador José Valdir. A seguir, foi aprovado o Requerimento nº 238/97 (Processo nº 2958/97 - Sessão Solene em homenagem ao Jornal "Kronika"), de autoria da Mesa Diretora. Foi aprovado o Requerimento nº 232/97 (Processo nº 2884/97 - Moção de Repúdio a políticas dos Governos Federal e Estadual que penalizam as finanças municipais), de autoria do Vereador Juarez Pinheiro, após ser encaminhado à votação pelo Autor, tendo o Vereador Pedro Américo Leal solicitado maiores esclarecimentos acerca deste Requerimento. Em renovação de votação, foi aprovado o Requerimento nº 214/97 (Processo nº 2737/97 - Moção de Repúdio ao Governo do Estado por ter entregue a administração do Instituto Central de Menores - FEBEM - à Brigada Militar), de autoria do Vereador Renato Guimarães, por doze votos SIM, dez votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Carlos Nedel, Cláudio Sebenelo, Renato Guimarães, Pedro Ruas e Maria do Rosário, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação dos Vereadores Renato Guimarães e Antonio Hohlfeldt, votando Sim os Vereadores Adeli Sell, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria  do  Rosário, Pedro  Ruas, Renato Guimarães e Maristela Maffei, votando Não os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Pedro Américo Leal e Gilberto Batista e optando pela Abstenção o Vereador Elói Guimarães, tendo o Vereador Antonio Hohlfeldt solicitado a leitura, pelo Senhor Secretário, dos votos negativos a este Requerimento. Na oportunidade, o Vereador Adeli Sell, através de Questão de Ordem, denunciou ter recebido envelope contendo material de campanha nazista. Também, a Vereadora Maria do Rosário prestou esclarecimentos acerca da forma como a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos vem tratando de denúncia similar efetuada pela Vereadora Tereza Franco, salientando contatos a respeito mantidos com o Ministério Público e solicitando que a Mesa encaminhe o material recebido pelos Senhores Vereadores, contendo campanha nazista, para a Comissão que preside. Ainda, os Vereadores Pedro Américo Leal, através de Questão de Ordem, e Cláudio Sebenelo, através de esclarecimento, manifestaram-se acerca do assunto. Foi aprovado o Requerimento nº 231/97 (Processo nº 2881/97 - Moção de Solidariedade ao Movimento Gaúcho pela Cidadania), de autoria do Vereador Gerson Almeida. Em Discussão Geral e Votação foi votado o Projeto de Lei do Executivo nº 14/96, recebendo cinco votos Sim e uma ABSTENÇÃO, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Clovis Ilgenfritz, votando Sim os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel e Juarez Pinheiro e optando pela Abstenção o Vereador Pedro Ruas, votação essa considerada nula pelo Senhor Presidente, face à inexistência de "quorum" deliberativo. Às dezoito horas e vinte e quatro minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz e Guilherme Barbosa e secretariados pelos Vereadores Guilherme Barbosa e Cláudio Sebenelo, este como Secretário "ad hoc". Do que eu, Guilherme Barbosa, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Guilherme Barbosa): Requerimento, do Ver. Antônio Losada, que solicita licença para tratamento de saúde. Em seu lugar, assume a Vera. Maristela Maffei, que fará parte da Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação.

 Requerimento, do Ver. Reginaldo Pujol, que solicita licença para tratamento de saúde. Em seu lugar assume o Ver. Gilberto Batista, que integrará a Comissão de Constituição e Justiça.                           

Passamos à

TRIBUNA POPULAR

 

Usarão da palavra, dividindo o tempo, os Srs. Sebastião Henrique Lima, representante da Associação dos Servidores do INCRA no Rio Grande do Sul - ASSINCRA,  e Rudimar Müller, representante dos Pequenos Produtores Rurais. Cada um dos oradores tem cinco minutos.

Com a palavra o Sr. Sebastião Henrique Lima.

 

O SR. SEBASTIÃO HENRIQUE LIMA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meus Colegas do INCRA,  em nome dos servidores do INCRA,  venho solicitar o apoio dos Srs. Vereadores, como já o fiz com os deputados estaduais, à luta dos servidores públicos federais, em especial, dos servidores do INCRA.

Na próxima sexta-feira, dia 26, os servidores públicos federais estarão completando mil dias sem reajuste. Nesses mil dias, todos nós sabemos que muita coisa aconteceu. É verdade que a inflação caiu, mas algumas coisas subiram muito de preço, como as tarifas públicas, os aluguéis etc. Em função disso, nós achamos que chegamos ao nosso limite e, pensando em não prejudicar a sociedade, estamos atrás de apoio.

Ontem, visitamos a Assembléia Legislativa e nos reunimos com todos os partidos que têm assento na Casa e, hoje, estamos aqui. Nós, servidores do INCRA, temos uma história muito longa de luta na execução da reforma agrária no Brasil todo. Servidores que têm trabalhado a sua vida inteira pela reforma agrária  foram surpreendidos, há alguns dias atrás, por uma  Medida Provisória do Presidente da República, dando gratificações diferenciadas que variam de 60% até 250%, para quatro categorias do INCRA: Procuradores, Agrônomos, Orientador de Projetos e Fiscal de Cadastros. Ele esqueceu que todos os servidores do INCRA têm uma participação efetiva na reforma agrária.

Hoje, nós passamos em todos os gabinetes, distribuindo um documento para explicar a situação que essa gratificação traz para o INCRA, não só no Rio Grande do Sul, mas no Brasil todo. Existem servidores que, de fato, não são agrônomos, mas  dedicaram a sua vida toda, tomam conta de projetos ou de assentamentos. São servidores que, apesar das dificuldades da lei, apesar de estarem há mil dias sem reajuste e das gratificações diferenciadas, estão cumprindo de maneira forte e com dedicação às metas do INCRA.

Aqui nós podemos questionar os números apresentados pelo Governo que, como sabemos, não bate com o último levantamento feito pelo INCRA.  Mas é verdade sim, que esse Governo, em função do trabalho dos servidores do INCRA, está cumprindo as mínimas metas que se propôs a fazer. Mas, nós estamos cumprindo, trabalhando bem mais do que as horas que o Governo nos manda trabalhar, sem nenhum retorno disso. E por quê? Porque acreditamos na reforma agrária, que não é só uma questão dos sem-terra, não é só uma bandeira política de A ou de B, também não é só uma questão de os servidores federais e do INCRA virem aqui dizer que a reforma agrária precisa ser executada de maneira mais firme, forte. Só que para isso, precisa  valorizar mais os servidores do INCRA.

Esse exemplo das gratificações mostra muito bem: querem desmantelar o INCRA fazendo dele um escritoriozinho para repassar recursos. E pior, querem repassar atribuições da reforma agrária a Estados e Municípios, e não falam em passar os recursos.

Os Vereadores aqui presentes podem se perguntar: o que é que nós temos a ver com isso, pois somos Vereadores do Município? Nós sabemos que o Vereador representa o povo que, na sua maioria, quer a reforma agrária. Está provado por pesquisa.

Estamos aqui para pedir o apoio de todas as Bancadas presentes, não só daquelas que assumem publicamente a reforma agrária, pois ela é para todos.

Quero dizer, rapidamente, aos servidores do INCRA, em solidariedade aos trabalhadores que são vítimas dessa reforma agrária, que há mais desacertos do que acertos no Brasil. Aos companheiros que estão em greve de fome no INCRA, nós estamos paralisando uma hora de manhã e outra à tarde, para dar apoio aos trabalhadores. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr. Rudimar Müller está com a palavra.

 

O SR. RUDIMAR MÜLLER: Nós queremos saudar o Sr. Presidente, Srs. Vereadores e os companheiros, pequenos agricultores que aqui se encontram, colegas do INCRA.

Nós viemos hoje, aqui, para poder denunciar mais uma vez, a difícil situação em que se encontram os pequenos agricultores. Esses pequenos agricultores que produzem 70% dos alimentos gerados neste Brasil, com esse plano neoliberal, Plano Real, são os principais atingidos, por falta de uma política agrícola, por falta de uma linha de crédito para que possamos ter condições de produzir, de sobreviver e podermos manter  os nosso filhos na roça, porque na Cidade já não existe mais emprego.

A nossa luta vem da nossa base. Nós somos 515 grupos organizados no Estado, somos 6000 famílias, 24 mil pessoas. São pequenos agricultores que não têm mais o que fazer hoje, porque  não têm recursos para poder fazer essa terra produzir. Os nossos solos estão enfraquecidos, nossas máquinas e implementos estão virados em sucata e nós não temos direito ao PRONAP investimento que o Governo só faz propaganda e promessa e que não serve para nós, pequenos agricultores. E nós, temos a consciência clara de que precisamos buscar os nossos direitos e  reivindicar uma linha de crédito,  para que tenhamos condições de produzir e fazer a nossa propriedade gerar recursos, para que possamos ter condições de quitar nossas dívidas bancárias, porque os pequenos agricultores não são caloteiros como os grandes produtores rurais.

É por isso que estamos na quarta etapa de mobilização com ferramentaço e com a greve de fome, que já está, hoje, no seu 9º dia.

Já tivemos cinco audiências com o Governo Federal e está muito difícil de arrancar um crédito subsidiado, que hoje representa para nós uma continuidade na roça, para que possamos ter condições de sobrevivência. Por isso é que viemos aqui usar a tribuna: para deixar claro para esta Casa a difícil situação que está a agricultura e pedir o apoio dos Senhores e das Senhoras para que, realmente, o governo se sensibilize com a difícil situação que nós nos encontramos.

Hoje, as nossas prefeituras do interior, dependem basicamente da agricultura e estão encontrando sérias dificuldades de arrecadação em seus municípios. Isso mostra claramente para os governos  a real situação em  que estão nossas famílias. A maioria dos municípios arrecada a metade  e, com isso, as famílias estão passando necessidade.

Nós não temos, hoje, um preço que nos dê condições de produzir. Quero deixar claro, aqui, aos nossos colegas, que, no interior, estamos recebendo R$ 0,12 pelo litro de leite, enquanto que o consumidor da cidade paga R$ 0,60. No início do Plano Real, nós, agricultores, recebíamos R$ 0,24 pelo litro de leite e os consumidores pagavam R$ 0,45. Os  insumos  agrícolas aumentaram, desde a implantação do Plano Real, mais de 100% - e os nossos produtos agrícolas estão em deflação. A nossa situação, hoje, está em calamidade. Estamos lutando ainda, porque é uma questão de vida ou morte.

Queremos deixar muito claro que não estamos fazendo protesto, não nos estamos mobilizando, não estamos na rua porque gostamos. Nós sim deveríamos estar na roça produzindo. só que não temos condições. Nós, hoje, estamos a ponto de nos tornar um sem-terra. Isto queremos colocar claro para o governo: nós ainda temos as nossas propriedades; ainda temos o mínimo de infra-estrutura; só que, se nós não tivermos investimento, com certeza,  seremos os sem-terra de amanhã, aí tornar-se-á muito mais caro para o governo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa entende que manifestações como esta - e acredito que posso falar em nome de todos os Vereadores - são muito importantes, para poder abrir um espaço de apoio e participação do nosso Legislativo, em uma questão tão urgente, e que, durante tanto tempo, tem sido apenas motivo de polêmica e, muitas vezes, motivo de polícia. A questão da reforma agrária, a questão do próprio INCRA.

Colocamo-nos à disposição dos ilustres Representantes do INCRA e dos Pequenos Produtores Rurais no sentido de colaborar na busca urgente de soluções para esse problema.        

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, quero falar em nome da Comissão de Direitos Humanos que, desde ontem pela tarde e hoje pela manhã, estamos acompanhamos a situação dos colonos, situação que nos parece bastante séria, onde há produtores rurais em greve de fome.

 O Ver. Hélio Corbellini , na reunião da Comissão, uma solicitação à Casa, à Câmara Municipal de Porto Alegre para que mantivesse as suas dependências abertas no sentido de apoio a essas comunidades rurais de pequenos produtores que vêm a Porto Alegre, neste momento, apoiar a manifestação importante que se realiza na sede do INCRA e que merece, na perspectiva dos direitos humanos, toda a nossa acolhida e apoio, assim como nós queremos destacar a atitude solidária dos trabalhadores do INCRA que, mesmo com tantas dificuldades que enfrentam, já há mais de mil dias sem qualquer reajuste, encontram lugar no apoio aos trabalhadores rurais para somar esforços, no sentido de enfrentar uma política mais global.

 Portanto, a Comissão determinou pela solidariedade às manifestações e às lutas. Nós estaremos presentes e estamos como Comissão, todos os seus integrantes também, à disposição. Faremos uma visita mais ao final da tarde, para a qual convidamos todos os Vereadores das diferentes Bancadas, a visitarem junto conosco os pequenos produtores rurais que se encontram já há oito dias em greve de fome. São, enfim, convidados, certamente pelos produtores e pelos funcionários do INCRA, para fazermos esse momento de reflexão com o apoio de nossa Câmara Municipal.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Eu também estive em duas oportunidades no prédio do INCRA, levando a solidariedade da CUTHAB - Comissão de Urbanismo Transporte e Habitação -, por entender que essa questão tem tudo a ver com o tema de nossa Comissão, que é urbanismo e habitação. A situação do campo já foi descrita, nós sabemos o problema que existe no campo, que se reflete na cidade, o sucateamento do serviço público, o desmonte do serviço público, a maneira como estão sendo tratados os funcionários públicos e a tentativa, agora, de criminalização das lideranças, dos movimentos. Nós achamos que a solução dos problemas do campo é também a solução dos problemas da cidade.

Nós, da CUTHAB, não poderíamos deixar de hipotecar a solidariedade e colocar a Comissão à disposição. Nós sabemos que a não-solução dos problemas do campo e o não-advento da reforma agrária é que aguça, cada vez mais, os problemas urbanos, especialmente o problema da habitação, que é o tema principal da nossa Comissão. Queremos deixar o nosso apoio e nos somar ao convite que a Vereadora fez, para que esta Casa se engaje, cada vez mais, no apoio ao movimento justo e legítimo que fazem tanto os pequenos agricultores quanto os servidores do INCRA.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): A Bancada do PSDB não só se solidariza com os dois movimentos : dos funcionários do INCRA e dos pequenos agricultores. A greve de fome nos constrange, muitas vezes, nos envergonha. Nós temos grande dificuldade, no País, de resolver problemas que já remontam há muito tempo. No decorrer deste século, nós já tivemos o problema de acúmulo em relação ao problema agrário brasileiro. Hoje, na medida em que o País passa para o terceiro milênio, sente-se, também, esse fenômeno de acúmulo e o precipitar desse tipo de movimento.

Ao ilustre visitante que nos falou sobre os problemas dos funcionários do INCRA eu lembro que os funcionários municipais, estaduais e federais, os três sofrem a mesma situação, porque ela é generalizada, e não só no País. No mundo inteiro, nós temos problemas na área agrária e na área de funcionamento do funcionalismo público. Por isso, hoje à tarde, estarei lá solidarizando-me, pessoalmente e em nome da Bancada, com esses dois movimentos legítimos, pacíficos, competentes e, mais do que isso, muito dolorosos para nós pela greve de fome.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem): Sr. presidente, Srs. funcionários e Sras. funcionárias, lideranças dos pequenos agricultores, nós queremos também estender a solidariedade da Comissão de Justiça e dizer que nos colocamos, enquanto Comissão de Justiça da Casa e também pessoalmente, ao lado da luta, não só dos funcionários, mas também dos pequenos agricultores e sem-terra. Entendemos, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que não temos outra saída senão fazermos, imediatamente, uma reforma agrária, isso para que o homem seja retido no campo. Nós sabemos dos graves problemas que a falta de uma reformulação agrária determinou: os aglomerados urbanos e, principalmente, mas as grandes cidades.

Deixamos a nossa manifestação de apoio, de solidariedade naquilo que nós pudermos contribuir. Vamos até lá para levar a nossa solidariedade.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente e Srs. Vereadores, senhores convidados, o meu partido, o Partido Progressista Brasileiro também apóia o movimento dos agricultores, que buscam recursos para poder instrumentalizar o seu trabalho e produzir para o Rio Grande e para o Brasil. É uma quantia pequena: 30 milhões de reais. Parece-me que ouvi, quando vinha para a Câmara, que o Ministro teria assinado hoje, pela manhã, a liberação da verba. Formulo votos que, realmente, isso seja verdade. E também entende o Sr. Ministro que se deve tomar medidas urgentes quanto ao Movimento dos Servidores do INCRA, que, por mil dias, não recebem, não aumento, mas reposição salarial, o que é muito justo, muito correto. Eles estão trabalhando cada vez mais descapitalizados, com  mais dificuldades. A ambos, a nossa solidariedade.

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, como essa Casa sabe e V. Exa. também, este Vereador está sem partido. Assim sendo, invoco o Regimento, art. 94,  letra "f" para solicitar à Casa permissão para me manifestar.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): Se o Plenário aprovasse a sugestão, seria concedido Tempo de liderança para o colega que, hoje, está sem partido, pela gravidade e importância do assunto.

 

O SR. CARLOS GARCIA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, em nome do Partido Socialista Brasileiro gostaríamos de unir os nossos esforços, também, como os demais Vereadores, em prol dessa causa. Entendemos que não é dos pequenos agricultores, não é só dos funcionários do INCRA, essa é uma causa que deveria ser de toda a sociedade brasileira. Pois sabemos  que todos os funcionários federais estão há mais de 36 meses sem reposição salarial.

Quanto à questão do Movimento dos Agricultores Sem Terra e pequenos agricultores, é uma questão que cada vez mais colide com os interesses da grande parcela da população brasileira. Enquanto ouvia, atentamente, o representante dos pequenos agricultores, dizendo  que  há pouco tempo recebiam pelo litro de leite R$ 0,24  e  hoje  recebem R$ 0,12, e de maneira inversa chega às nossas mesas, ou seja,  o leite nos últimos meses subiu, o que demonstra o descaso com que o atual Governo trata essa questão. O Partido Socialista Brasileiro quer, de público, solidarizar-se com as duas causas.

 

O SR. LAURO HAGEMANN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, Srs. Vereadores e senhores representantes do INCRA e dos pequenos agricultores, Sebastião Lima e Rudimar Müller, é óbvio que nós manifestamos a solidariedade do PPS. Entendemos a questão como bem diferente de outras campanhas que já nos colocaram aqui, lado a lado. Pela primeira vez não estamos tendo aqui, do nosso lado, os agricultores sem terra; estamos tendo do nosso lado os agricultores com terra, mas sem uma política agrícola, que é o que também se reclama do Governo Federal. Não adianta somente distribuir terras. Talvez mais importante do que isso é adotar-se uma política agrícola, compatível com aqueles que ainda tem terra.

Com os funcionários do INCRA, por óbvio, porque o INCRA hoje é um instrumento de que dispõe o Governo e a sociedade para implementar essa ampla reforma que não é só de distribuição de terra, é também de política agrícola. O INCRA, pela situação relatada pelo companheiro, de que três ou quatro categorias do INCRA receberam aumentos diferenciados, isso gera uma insatisfação interna; cria conflitos dentro da entidade, e isso é muito grave numa hora em que o País se revolve todo num processo de reestruturação. Não se justifica que categorias diferenciadas recebam aumentos - e são aumentos substanciais, mais do que a reposição - e a maioria dos funcionários públicos fique nesses mil dias sem revisão de salários. Isso é uma ignomínia para o Serviço Público; um País que se quer modernizar, que se quer levar para um processo mais amplo de administração pública mais moderna não pode cometer esses equívocos. Nossa solidariedade, portanto.

 

O SR. GILBERTO BATISTA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, em nome do Partido da Frente Liberal, também  me solidarizo com os funcionários do INCRA. E, conforme a Vera. Maria do Rosário, quero convocar todos os Vereadores para que no final da Sessão em conjunto, todos os partidos, mostrar a nossa solidariedade aos funcionários  marcando a nossa presença, junto com os pequenos agricultores, ao lado do prédio do INCRA. Muito obrigado.

 

A SRA. TEREZA FRANCO (Questão de Ordem): Sr. Presidente e demais presentes. Eu como Vice-Líder da Bancada do PTB, quero dizer que também estarei lá solidária com os pequenos produtores, que na nossa mesa são grandes, e que  estaremos lado a lado. Estou com vocês e não abro. Muito obrigada.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Requerimento): Eu queria, consultando as lideranças e demais Vereadores da Casa, requerer, já que foi unânime as manifestações de várias bancadas em relação a ida de Vereadores à sede do INCRA, que nós pudéssemos entrar imediatamente na Ordem do Dia, interrompermos a Sessão por alguns minutos e nos dirigirmos, todos, ao INCRA, conforme foi a manifestação unânime.

Requeiro, também,  Sr. Presidente, que seja entregue aos visitantes, assim que aprovado, duas Moções de Solidariedade, primeiro a favor da luta dos trabalhadores federais, por esses mil dias sem aumento salarial e a outra a favor da luta dos pequenos agricultores por condições mínimas, para poder cultivar a sua terra. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: Antes de colocar em votação o Requerimento, consulto o Plenário porque não há nenhum dispositivo que permita este Presidente fornecer tempo especial para o Ver. Hélio Corbellini atualmente sem partido. Se não houver nenhuma manifestação contrária, a Mesa estaria propondo tempo de Liderança ao Vereador.

Eu peço licença para esclarecer que a Mesa já tomou todas as providências, inclusive com a participação do Ver. Corbellini, para disponibilizar o banheiro no pavimento térreo, que foi solicitado pelo INCRA e pelos trabalhadores rurais sem terra, para usarem durante três dias em função da permanência deles no INCRA. A Câmara está participando ativamente.

 O Ver. Hélio Corbellini está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Agradeço a gentileza dos meus colegas por me ouvirem.  Há uma razão especial para eu me manifestar, o INCRA sabe e os seus funcionários também.

Os companheiros do Movimento Sem-Terra sabem que minha vida, a minha família, está intimamente ligada a esse instituto. Nos tempos dos anos 60, se não fosse o INCRA eu não poderia alimentar meus filhos, porque minha esposa lá começou sua atividade profissional exatamente fazendo os primeiros assentamentos na época da ditadura, nos assentamentos na Amazônia e Mato Grosso. Então, qualquer  Vereador poderia vir aqui e fazer um discurso muito apaixonado, de esquerda, e estaria apoiando a Reforma Agrária. Qualquer  Vereador poderia vir aqui  e fazer um discurso muito apaixonado, de direita, apoiando a Reforma Agrária  porque, se olharmos a história, a Reforma Agrária já foi bandeira de esquerda, de direita e de centro.

E por qual razão nós, os 33 Vereadores, que apoiamos a Reforma Agrária, eu sou testemunha, nós, os 33 Vereadores, que apoiamos o aumento salarial dos  funcionários públicos, porque eu vejo os seus testemunhos, mas o que acontece em nosso País em que ocorrem essas situações como, primeiro, do não aumento e , depois, do aumento diferenciado dos companheiros, os funcionários públicos federais.

Essa é reflexão desapaixonada nós temos que fazer. Como é que um companheiro produtor, que é o que coloca o alimento em nossa casa, não consegue 5 mil reais, com um crédito para pagar em sete anos, com dois anos de carência, do Governo Federal. Parece, como disse o Vereador Dib, que as coisas estão se encaminhando, e são só 30 milhões aqui no Estado. O que está acontecendo? E não vamos aqui largar um rosário de todas as realidades, a do campo, a dos funcionários, mas por que será, e isso somos nós, homens públicos que temos que nos olhar e perguntar: por que será que o Brasil é o único país do mundo que não fez  a sua reforma fundiária? Todos os outros fizeram, começando por Roma, com os Irmãos Graco, passando por revoluções, como eu já disse, na Ásia, na África, no México, na América. Mas por que será , meus amigos, meus companheiros, meus colegas, que não acontece no Brasil?

Nós, Vereadores da cidade de Porto Alegre, temos, sim, obrigação de, primeiro, lutar pelo aumento salarial isonômicos dos funcionários públicos federais, do INCRA e do Ministério da Agricultura e, em segundo,  pressionar, de todas as formas possíveis, que sejam financiados pequenos produtores, porque quase todos nós aqui ou na geração que nos antecedeu, somos fruto do campo, do suor e do trabalho do homem na terra. Toda a nossa solidariedade aos funcionários, aos companheiros pequenos produtores. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós temos certeza que manifestação unânime de apoio como esta é difícil, por isso consideramos que o uso da Tribuna Popular, hoje, tem um significado que transcende aos nossos momentos normais da Câmara.

Requerimento do Ver. Gerson Almeida solicitando a suspensão da Sessão por 30 minutos, para os Vereadores, que quiserem, ou que puderem se deslocar até o ponto onde estão os colonos e os funcionários do INCRA, numa atitude de solidariedade.

O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu, quando cheguei à Câmara, fui chamado de louco, porque eu não acredito que se concretize os nossos ideais, se realize aquilo que nós queremos, deixando de trabalhar.

Nada impede que alguns Vereadores, que desejarem, acompanhem mostrando a solidariedade da Casa, enquanto outros continuam com a Pauta, que também interessa à Cidade, e a Ordem do Dia nós poderemos entrar quando retornarem todos, sem nenhum problema. Se pararmos  meia-hora é melhor terminar com a Sessão, porque  não tem sentido de forma nenhuma. Sei que é desagradável olhar para cada um dos Senhores e dizer isso, mas este País só crescerá  quando todos trabalharem e não fizerem apenas discursos. Manifesto-me contrariamente.

Não consultei a posição da minha Bancada, mas entrei na Câmara  reclamando que se pretendia fazer a suspensão dos trabalhos, porque havia falecido uma pessoa que já havia sido enterrada. Na terceira vez que fiz isso disseram-me que eu era louco. Eu continuo pensando que só conseguiremos o que precisamos, o que pretendemos e devemos conseguir trabalhando, e não parando de trabalhar. Muito obrigado.

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn,  para encaminhar.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. A Bancada do Partido Democrático Trabalhista nesta Casa encaminha favoravelmente a importante proposição de interromper os trabalhos por 30 min,  para fazermos uma visita à Sede do INCRA onde um fato político da maior importância, que se expressa como uma denúncia exatamente a um povo que quer trabalhar e que tem toda a espécie de dificuldades  e obstáculos para exercer o seu trabalho. Não é por acaso que um grupo de companheiros, pequenos produtores, estão, neste momento, em uma situação muito grave, promovendo uma greve de fome. Nesse sentido, se a Câmara interromper os seus trabalhos por 30 min,  tenho a convicção de que não haverá prejuízo nenhum ao exercício dos seus trabalhos, porque é um ato político desta Casa de apoio a esses companheiros. 

Na manhã de hoje o Ministro da Agricultura anunciava a liberação de recursos de oito bilhões de reais para a agricultura no Rio Grande do Sul, no entanto, nós sabemos que esse segmento que está reivindicando, está protestando é um segmento que está completamente excluído de qualquer faixa de financiamento para  o exercício de suas atividades.

Em nome da bancada do meu Partido, dos meus companheiros do PDT, encaminho favoravelmente à Proposição. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Sra. Maria do Rosário está com a palavra para encaminhar.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Senhor Presidente e Srs. Vereadores, encaminho em nome da Bancada do PT.  O Requerimento do nosso líder, Ver. Gerson Almeida, vem no sentido de que nos façamos presentes num momento difícil e que podemos contribuir para uma solução mais ágil por parte do Governo Federal que está ocorrendo neste momento em inúmeras reuniões em Brasília. O fato de a Câmara Municipal, neste momento, comparecer àquele local certamente será visto como uma atitude de preocupação desta Casa, como uma atitude de solidariedade desta Casa e como uma atitude de apoio a que toda a negociação seja agilizada.

Vejam  os senhores que aqui, quando o Requerimento do Ver. Gerson Almeida é apresentado, ele não vem com o cunho do posicionamento radicalizado, pois bem sabemos que a Casa é  plural, mas sabemos também que é justamente desta pluralidade, das diferentes bancadas, dos diferentes partidos que compõem o espectro desta Câmara Municipal que poderemos buscar a solução da intermediação das dificuldades que estão estabelecidas para os pequenos produtores rurais, assim como para os servidores públicos que aqui se fazem presentes e que atuam e trabalham no INCRA.

Portanto, senhores Vereadores, achamos que tem um significado muito importante, e pedimos a todos que aprovem o Requerimento do Ver. Gerson Almeida. De um modo especial quero me dirigir ao Ver. João Dib, dizendo que considero que este é o nosso trabalho como Vereadores, inclusive. É o nosso trabalho, também, em momentos como este, comparecermos, fazermos parte, contribuirmos para que situações de conflito e dificuldades sejam resolvidas. E temos essa possibilidade. E mais, ainda, senhores Vereadores, nós temos esta responsabilidade, porque nós temos a representatividade do povo de Porto Alegre, que é composto, na sua grande maioria, por descendentes e por pequenos produtores rurais que, em algum momento, tiveram que abandonar a vida no campo e tentar a sorte na cidade grande.

Estes tempos já não são os mesmos, a cidade já não tem mais o potencial de acolhida que tinha em outros tempos. Não temos mais empregos nas cidades. Não temos mais políticas possíveis de absorver, aqui, todos os imigrantes que chegam nas grandes cidades. Portanto, as proposições de fixação do homem na terra, da política agrária e da política agrícola são urgentes.

 Eu acho que a manifestação da Casa já foi dada, nós só temos que operacionalizar e penso que irmos até lá só é o resultado do desejo coletivo deste Plenário. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gilberto Batista está com a palavra.

 

O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,  uso esta tribuna em nome do Partido da Frente Liberal, para encaminhar favoravelmente este Requerimento do Líder do PT, Ver. Gerson Almeida, e por achar que 30 minutos, ou mais, não vão tomar o nosso tempo todo, porque verifico, quando assumo, nesta Casa, que nós perdemos muito mais que 30 minutos em assuntos banais e que, muitas vezes, me retiro do Plenário.

Então, nestes 30 minutos, nós vamos todos dar um apoio logístico para os pequenos produtores que não foram contemplados com créditos aprovados  pelo Ministério da Agricultura. Pelo menos, nós vamos nos solidarizar.

Eu acho que a solução não vai estar nesses Vereadores, porque é um problema de esfera Federal. Mas, vamos lá, sim, dizer que estamos apoiando e vamos prestar a nossa solidariedade que é de vital importância. É nesse momento, que nós vamos mostrar que estamos imbuídos nesta questão, sem alguma solução prévia, mas determinados no caráter de fazer esta solidariedade, que é de muita importância para este movimento justo. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Bancada do PSDB  que representa inclusive o Governo Federal nesta Casa, em aliança com Governo Estadual reconhece as dificuldades e se solidariza com todos os funcionários do INCRA e com os nossos pequenos produtores. Sou neto de pequenos produtores  imigrantes  e sabemos que uma das dificuldades que o nosso governo  enfrenta é a política agrícola que  ainda não foi instalada, mesmo  assim, a reforma agrária, está  caminhando a passos largos  para, pelo menos,  minimizar os problemas  atuais. Sei que uma política agrária definitiva ainda não se fez no País, mas em dois anos não se pode exigir uma política agrária completa.

Vamos encaminhar favoravelmente esse Requerimento muito oportuno, do Ver. Gerson Almeida,   lamentando que quando da greve de fome dos funcionários municipais  não tivéssemos interrompido  a Sessão  por trinta minutos e tivéssemos, nós, ido até o Paço Municipal e nos solidarizássemos com aquelas pessoas que faziam greve de fome na frente da Prefeitura por melhores salários.

Pelo gesto de grandeza do Ver. Gerson Almeida e pelo conteúdo humano que tem e pela postura  dos Vereadores que têm no seu papel não só a solidariedade, mas também a fiscalização e a luta pela melhoria  de todas as condições de vida de cada um dos brasileiros- faço a ressalva.

Enquanto fizermos isso estaremos sendo Vereadores e dignos da confiança do nosso povo. Muito obrigado.

 

(Não  revisto pelos oradores.)

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós entendemos que  o momento  é oportuno, porque em primeiro lugar houve consenso nesta Casa  sobre a solidariedade e em segundo lugar, por gerar um fato político. Qual seria  esse fato? Neste momento todas as bancadas, inclusive aquelas que dão sustentação ao Governo Federal, e o próprio Governo Federal, estarão lá presentes. Isso, no nosso entendimento, é um grande fato político, porque vai mostrar lá em Brasília que aqui em Porto Alegre Vereadores do seu partido querem uma mudança urgente e já.

 Portanto, somos solidários e entendemos que trinta minutos lá, junto aos manifestantes, são trinta minutos de trabalho, para vislumbrar aquela situação. Talvez cada um, depois, possa dar o seu testemunho. Não entendo que sejam trinta minutos de interrupção, simplesmente é o momento para nos deslocarmos àquele local para constatar "in loco" o que está acontecendo. Encaminhamos favoravelmente à Moção e parabéns ao Ver. Gerson Almeida. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais encaminhamentos, em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com os votos contrários do Ver. João Dib e do Ver. Pedro Américo Leal.

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Eu gostaria que fosse proclamada a hora neste momento.

 

O SR. PRESIDENTE: São 15h05min. Suspendemos a Sessão, tendo em vista que foi aprovado o Requerimento, e convidamos a todos os Srs. Vereadores para fazer a visita - que este Presidente já fez ontem pela manhã, junto com outros Vereadores - conjunta ao INCRA, ao local onde está-se realizando a greve de fome.

A Sessão está suspensa por trinta minutos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h06min.)

 

O SR.  PRESIDENTE  (João Dib – às 15h36min): Com dois Vereadores presentes no Plenário, declaro o encerramento da Sessão por falta absoluta de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): A Mesa convida os Srs. Vereadores para a 3ª Sessão Extraordinária.

  

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem):  Sr. Presidente, às 15h36min, havendo 2 Vereadores no Plenário, eu declarei encerrada a Sessão anterior. V. Exa. está convocando esta Sessão Extraordinária baseado em que artigo do Regimento Interno?

 

O SR. PRESIDENTE: Nós já vamos lhe dar todas as explicações possíveis. Nós sabemos que regimentalmente há condições de convocar uma Sessão Extraordinária tendo em vista que temos um trabalho grande pela frente e em função da conversa que tivemos com os dois representantes do INCRA, Sr. Clóvis Schwertner, Delegado Federal da Agricultura e o Sr. Jânio Guedes Silveira, Superintendente Regional do INCRA, que fizeram questão de conversar com os Vereadores. Isso não estava previsto no tempo de 30 minutos, por isso, houve um atraso de alguns minutos. Nós não tínhamos como ser indelicados, mesmo que tivéssemos dito que precisávamos voltar, eles fizeram questão de explicar a situação, inclusive agradecer a todos os Vereadores, inclusive V. Exa.,  o apoio que está sendo dado.

Eu gostaria de frisar, Ver. João Dib, que fomos muito bem recebidos e o agradecimento era no sentido  de que todos os partidos  precisavam se mobilizar para  ajudar  a Superintendência Nacional do INCRA e a  Delegacia Federal da Agricultura no sentido  de sensibilizar o depósito dos trinta milhões para o financiamento das famílias de pequenos agricultores. Prometemos inclusive, devolver ao Sr. Clóvis Schwertner o material produzido na Casa, desde  que os Vereadores autorizassem, para que possa ser mostrado em especial aos Ministros da Fazenda, da Agricultura e da Reforma Agrária e  também ao Sr. Pedro  Parente  do Ministério da Fazenda.  Nós, Ver. João Dib,  estamos fazendo esta Sessão baseados no art. 187.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, gostaria que fosse lido o artigo

 

O SR. PRESIDENTE: "A Sessão Extraordinária  será convocada de Ofício pelo Presidente ou a requerimento de Vereador aprovado pelo Plenário, e destina-se à apreciação de matéria  relevante ou acumulada,  devidamente especificada no ato da convocação. Parágrafo primeiro: o  Presidente  convocará a Sessão Extraordinária sempre que foi evidente e a simples prorrogação da Sessão não colimará  os objetivos  visados. Parágrafo segundo: a Sessão  Extraordinária terá  duração máxima de  4 horas. Parágrafo terceiro: a Sessão Extraordinária poderá ser seguida de outra da mesma natureza".

 

O SR. JOÃO DIB:  Sr. Presidente,  eu não  quero  debater com a Mesa.  "A Sessão  Extraordinária será convocada  de Ofício pelo Presidente  ou  a requerimento de Vereador, aprovado pelo Plenário e destina-se à apreciação de matéria relevante ou acumulada, devidamente  especificado no ato  da convocação". Eu não vou nem discutir  se tem que ser aprovado pelo Plenário, porque acho até que não, mas  não vi qual a matéria relevante a ser apreciada.

Então para que se possa  discutir se há necessidade, porque quando eu havia proposto que alguns Vereadores fossem lá e que a Sessão poderia continuar porque ficaram mais de 11 Vereadores na Casa.

 

O SR. PRESIDENTE: A Câmara resolveu isso, soberanamente, e foi feito o que a Câmara resolveu. Houve um atraso de alguns minutos que nós precisamos contornar, já que V. Exa. assumiu a posição de encerrar a Sessão, e também não sei em qual artigo V. Exa. se baseou para encerrar a Sessão porque havia um atraso de cinco a oito minutos, mas a Mesa tem um assunto relevante, absolutamente relevante, porque foi  conversado com as autoridades e elas estão aguardando o resultado da nossa Sessão para levar a Brasília.

 

O SR. JOÃO DIB: Então, Sr. Presidente, solicito que esse material seja fornecido por escrito porque eu pensei que iria continuar a Sessão normal, com a matéria que estava na Ordem do Dia. Gostaria de receber por escrito porque preciso apreciar para me manifestar contrariamente ou não, porque eu não estou entendendo mais nada.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exa., em meu entender, ultrapassou os limites da competência ao presidir uma Sessão invocando a ausência dos demais e porque, inclusive, prevê que o Vereador que deve presidir nesses momentos é o mais idoso.

Tem a palavra o Ver. Gerson Almeida.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: É para um esclarecimento: o Ver. João Dib, quando tomou essa iniciativa, contava com mais algum Vereador em Plenário?

 

O SR. JOÃO DIB: Gostaria de dizer a V. Exa., Sr. Presidente, já que fui observado que teria procedido incorretamente na forma do Regimento, que havia dois Vereadores em Plenário e qualquer um dos dois poderia ter decretado o encerramento da Sessão.

 

(Aparte paralelo do Ver. Gerson Almeida.)

 

Eu vou responder objetivamente: havia dois Vereadores presentes...

 

O SR. GERSON  ALMEIDA:  Qual o nome dos Vereadores, por favor.

 

O SR. JOÃO DIB: Já iria chegar lá, mas são mais inteligentes do que eu, e aí fica difícil.

 

(Aparte paralelo do Ver. Gerson Almeida.)

 

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, não há possibilidade de nós continuarmos com esse tipo de debate.

Nós entendemos que a Câmara suspendeu os trabalhos por 30 minutos para fazer uma visita ao INCRA, com os objetivos já colocados. Foi feita a visita, houve um pequeno atraso e, ao retornarmos, fomos surpreendidos com o que aconteceu, quando um vereador, invocando esse atraso, suspendeu a Sessão. E nós, tendo motivos relevantes para continuar os trabalhos de hoje, estamos convocando outra Sessão, uma Sessão Extraordinária. Vamos verificar o quórum e colocar em prática os trabalhos previstos para hoje.

 

O SR. JOÃO DIB: Eu até nem estou duvidando da relevância dos trabalhos. Acontece que se eu estou no meu gabinete e outros vereadores estão nos gabinetes precisa chegar a eles a convocação.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: O Ver. João Dib não disse quais os Vereadores que estavam no Plenário.

 

O SR. JOÃO DIB: Os Vereadores João Dib e Pedro Américo Leal. Eu solicitei ao Ver. Pedro Américo Leal que encerrasse a Sessão por ser mais velho do que eu. Ele disse que não o faria. É a mesma coisa que quando o Presidente não está, a Sessão não funciona? 

 

(Apartes anti-regimentais.) (Tumulto no Plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE: Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h02min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às16h04min): Reabrimos os trabalhos para o início da 3ª Sessão Extraordinária.

    

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem):  Sr. Presidente, quais as razões da convocação extraordinária ?

 

O SR. PRESIDENTE: As mesmas que  V. Exª já ouviu deste Vereador, ou seja, continuar os trabalhos previstos para hoje que incluem nossos pronunciamentos, nesta Casa, com relação ao assunto que nos levou a suspender a Sessão para ir até  o INCRA. E é isso que vamos fazer, isto é, vamos retomar a Sessão com todos trabalhos previstos, inclusive, e principalmente porque está previsto na Pauta esse assunto.

 

O SR. ANTONIO HOHFELDT (Questão de Ordem):  Sr. Presidente, se a Ordem do Dia for essa, comunico a V. Exª que a Bancada do PSDB se retirará da Sessão, pois uma coisa é reunião com as autoridades e outra é Sessão. Reunião a Bancada aceita,  Sessão não, pois a Sessão tem uma Ordem do Dia prevista que não foi cumprida. Isto é Ordem do Dia, o resto é outra coisa. Por isso a Bancada não participará.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa está tentando resolver as coisas de forma tranqüila, com a cabeça fria. Eu não vejo motivo para exacerbações. O Ver. Antonio Hohfeldt não estava aqui e não sabe o que aconteceu, V. Exª. assuma a postura que vossa Bancada assumiu.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem):  Sr. Presidente, V. Exª com mais de duas dezenas de Vereadores compareceu ao INCRA, fez uma visita às pessoas que estavam em greve de fome, compareceu junto ao Delegado do INCRA e ao representante do Ministério da Agricultura. Retornamos, criou-se uma situação regimental incidental, que levou ao encerramento. E V. Exª, para não haver o prejuízo da ação parlamentar, no dia de hoje, convocou  uma Sessão Extraordinária. Inclusive a Vera. Anamaria Negroni e o Ver. Cláudio Sebenelo estavam conosco nesse  trabalho importante na vida pública da cidade, do Estado e do País. V. Exª tem a mais inteira razão de convocar a Sessão Extraordinária, porque ela se impõe para a continuidade dos trabalhos legislativos nesta tarde e tem todo respaldo Regimental.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente,  acho que temos todas razões de voltar à calma, colocar a adrenalina no lugar e voltarmos à Sessão. Gostaria de fazer um questionamento à Mesa, no entendimento deste Vereador, a Sessão foi suspensa por  30 minutos. Em face da audiência do INCRA, a delegação de Vereadores se atrasou.

Não havendo quórum naquele momento, não poderia o Ver. João Dib - a meu juízo, essa é uma questão técnica e regimental - reabrir a Sessão. Então, a abertura foi nula, assim como o seu encerramento. Tenho o  entendimento de  que a Sessão  continua, porque, mesmo que o Vereador achasse que era regimental, agiu de forma anti-regimental.

A meu juízo, não há necessidade de Sessão Extraordinária. Mesa esclarece, inclusive, em função dos pronunciamentos dos Vers. Juarez Pinheiro e Isaac Ainhorn, que vamos  continuar com os trabalhos que estavam previstos para a Sessão de hoje. Um assunto relevante  levou esta Casa a suspender os trabalhos, para visitar o INCRA, numa audiência com o Superintendente e o Supervisor do INCRA, mais o Representante do Ministério; e, depois,  voltaremos para dar seqüência ao que tinha sido iniciado: a pauta normal.

 

O SR JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sei de que alguns que querem me dar aula todos os dias.

 

O SR. PRESIDENTE:  V. Exª  refira  em que artigo está-se baseando para formular essa Questão de Ordem?

 

O SR. JOÃO DIB: No mesmo artigo de  que o Isaac Ainhorn e o Jacaré dos Anzóis se valeram.

 

O SR. PRESIDENTE: Então, se V. Exª não sabe qual é o artigo, não poderei dar-lhe a palavra.

 

O SR. JOÃO DIB: Então, vai-se ter incomodação o tempo todo. Ninguém citou o artigo. V. Exª vai esperar, vou procurar aqui, porque, se ninguém citou, na sua Questão de Ordem, o artigo  que estava usando, porque eu preciso agora citá-lo.

Ninguém fez uma Comissão para visitar os servidores municipais que estavam em greve de fome.

 

O SR. PRESIDENTE: Não podemos mais ficar ouvindo V. Exª que está falando em tempo anti-regimental.

 

O SR. JOÃO DIB: Como anti-regimental será a continuidade da Sessão. Eu só quero formular uma questão de ordem, se me permitir.(Assentimento da Presidência.)

A Sessão Extraordinária,  se eu entendi,  é para votar a Ordem do Dia, e V. Exa. pode trazer outra matéria depois da Ordem do Dia. É isso?

 

O SR. PRESIDENTE: Não. Que outra matéria?

 

O SR. JOÃO DIB: V. Exa. é  que disse que teria outra matéria. Eu não sei.

 

O SR. PRESIDENTE: Só há matéria prevista no espelho e os requerimentos propostos à Mesa serão objeto de continuidade da Sessão.

 

O SR. JOÃO DIB: Entra direto na Ordem do Dia?

 

O SR. PRESIDENTE: Não. Nós temos a Pauta, temos uma série de coisas para cumprir.

 

O SR. JOÃO DIB: Então, teria que distribuir o espelho. V. Exa. me perdoe, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Não há necessidade disso, Vereador. Eu já consultei a Procuradoria e a Diretoria Legislativa. Uma Sessão Extraordinária não precisa desse tipo de convocação, uma vez que todos os Vereadores estejam presentes. Não há necessidade desse tipo de convocação.

 

O SR. JOÃO DIB: Seria uma Sessão normal, e não é uma Sessão normal: ela foi suspensa.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Minha questão de ordem é quase um apelo ao bom senso, especialmente ao Ver. João Antonio Dib.

 Na parte anterior da Sessão, a Câmara de Vereadores deu um espetáculo digno, bonito, quando, apesar de todas as divergências, quase que por unanimidade, tomou aquela deliberação: os Vereadores de todos os partidos foram lá, inclusive do partido ligado ao governo federal, todos, num clima de solidariedade com o movimento.

A Câmara de Vereadores, para a opinião pública, portou-se dignamente, mostrando como deve funcionar um parlamento democrático e plural. Não há por que agora, depois de ter dado todo esse belo espetáculo,  criarmos um clima  completamente  oposto àquele.

Faço este apelo ao bom senso, para que encontremos uma forma de continuar a Sessão, que pode ser essa da convocação extraordinária.

Há duas moções a serem votadas. Se não encontrarmos uma solução, que se faça uma reunião rápida das lideranças para encontrar uma outro que nos permita continuar a Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa tem uma proposta que vai, inclusive, agradar ao Ver. João Dib, embora nossa intenção não seja agradar-lhe; é que nós nos desgastamos por ficar neste processo.

Estou-me considerando equivocado por ter proposto uma Sessão Extraordinária. E digo por quê: Constatei que o Ver. João Dib não poderia ter encerrado a Sessão, porque ele não é o mais idoso, e não havia quórum para reabrir ou para encerrar uma Sessão.

Então, nós retomamos a Sessão Ordinária e continuamos os trabalhos da 80ª Sessão Ordinária. (Palmas.)

                       

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Requeiro audiência da Comissão de Justiça -  não precisa ser hoje; não estou tentando suspender a Sessão; considero que agi corretamente - para que ela se manifeste posteriormente sobre se o encerramento da Sessão foi correto ou não. Se a Comissão quiser, eu faço, depois, a colocação; se não, os Anais estão aí e podem ser usados.

Eu disse a V. Exa. que, se estávamos na Ordem do Dia e V. Exa. entendesse  que certos assuntos são mais importantes, eu não teria objeção nenhuma. Eu estava somente querendo entender.

 

O SR. PRESIDENTE: O Requerimento do Ver. João Dib será prontamente atendido. Tenho certeza de que a Comissão de Constituição e Justiça poderá esclarecer esse caso.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2612/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO  Nº 026/97, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Lei nº 5811, de 08/12/86, que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 2763/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 169/97, de autoria da Vera. Tereza Franco, que autoriza o Executivo Municipal a implantar redutores de velocidade nos corredores de ônibus do Município de Porto Alegre.

2ª SESSÃO

 

PROC. 2584/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 021/97, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que altera a Lei Complementar nº 43/79, obrigando os Centros Comerciais a destinar áreas de descanso para os comerciários.

 

PROC. 2700/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 161/97, de autoria da Vera. Anamaria Negroni, que proíbe a veiculação de propaganda visual de cigarros e assemelhados em áreas próximas aos estabelecimentos escolares. Com Emenda nº 01 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 01.

 

PROC. 2720/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/97, de autoria da Vera. Anamaria Negroni, que autoriza a colocação de quiosques individuais, para a venda de hortigranjeiros, no espaço destinado a esse fim, no Mercado Público.

 

PROC. 2764/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 022/97, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que inclui parágrafo único no artigo 362 da Lei Complementar nº 43/79, com redação dada pela Lei Complementar nº 158/87.

 

PROC. 2777/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 170/97, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Dom João Cláudio Colling um logradouro público localizado no Bairro Farrapos. Com Emenda nº 01.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 2345/95 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 130/95, de autoria do ex-Vereador Wilton Araújo, que declara de utilidade pública o Culto Africano e Religião de Umbanda Mãe Oxum e Pai Ogum. (Desarquivado a requerimento do Ver. Luiz Braz)

 

PROC. 2742/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 166/97, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que modifica a redação do art. 2º da Lei 462/50, que autoriza a doação de um imóvel.

 

PROC. 2796/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 005/97, que cria as Áreas Funcionais de Interesse Público 05, 07 e 09 da Unidade Territorial Funcional 03 da Unidade Territorial Seccional Intensiva 37, define o Regime Urbanístico da Área Funcional 07, estabelece normas para a regularização do Campus Universitário da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC/RS e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell, em discussão de Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vou pedir a paciência e a calma de todos para ouvirem este pronunciamento que retoma o tema da Sessão  passada; peço especial atenção da Vera. Anamaria Negroni, porque, dada a sua ausência naquela Sessão, é necessário retomar a discussão do seu Projeto que autoriza a colocação de quiosques individuais para venda de hortifrutigranjeiros no espaço destinado a esse fim no Mercado Público.

Com toda sinceridade, quero repetir aqui, para que não pairem dúvidas sobre a forma como tenho agido neste Plenário, que eu disse, Vereadora, que isto aqui não é uma lei e, sim, um Pedido de Providências. Se tivesse sido feito um Pedido de Providências, teria, evidentemente, o nosso apoio e a nossa solidariedade.

Quero dizer,  também, a respeito da queixa  feita  pelo Ver. Reginaldo Pujol na Sessão passada sobre a dificuldade de respostas a Pedidos de Providências, que a Liderança do Partido dos Trabalhadores tomou providências junto ao Governo Municipal,  chamando atenção sobre essa questão, porque os Vereadores precisam ter respostas aos seus Pedidos de Providências. No caso em pauta, não me parece ser correto, até porque há previsão de Ter, na divisão que  é feita, locais para todos os produtos que dêem a configuração histórica ao Mercado Público para  que ele não seja desconfigurado em nada, pelo contrário, tudo aquilo  que ali se fará, e se fez até agora,  é para revigorar a sua tradição histórica. É um tema interessante que V. Exa. traz a debate.

Acho importante este espaço, até porque queremos, como estamos fazendo nesta Cidade, que mais e mais produtos hortifrutigranjeiros sejam oferecidos por preços baixos, acessíveis à população de baixa renda, porque é essa população que mais precisa desse tipo de alimento para configurar, na sua cesta básica alimentar, todos aqueles ingredientes necessários ao bem-estar de sua família. Nesse sentido, não apenas no Mercado Público, mas no seu entorno, no centro da Cidade, como também nas feiras modelos que existem em variados bairros da nossa Cidade. Além disso, esse seu Projeto levanta novamente a discussão sobre o valor do Mercado Público em Porto Alegre.

 Agora que se constitui, a pedido do Ver. Nereu D'Ávila, a Comissão Externa que discutirá a reestruturação do Centro, V. Exa. terá uma grande oportunidade, se for indicado por sua Bancada, de estar conosco - eu pretendo ser indicado pela Bancada do PT -, de participar dessa Comissão para discutir efetivamente toda a problemática que existe para que o nosso Centro seja revitalizado, revigorado e que tenhamos Porto Alegre com seu Centro digno de ser a capital  com a melhor qualidade de vida do País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Barbosa): O Ver. Cyro Martini está com a palavra, para discutir.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, apraz-me comparecer a esta tribuna para falar acerca de assunto sobre o qual tenho uma simpatia e um gosto especial: trânsito, tráfego , circulação viária de um modo geral.

 Chamou-me a atenção, na Pauta o PLL nº 169/97, de autoria da Ver. Tereza Franco, em primeiro lugar por demonstrar que esta Casa está preocupada com a sorte do nosso trânsito, não apenas pelo Projeto da Vereadora, mas também pelo Projeto da nobre Vera. Tereza Franco. Mas, de outra parte, chamou-me a atenção o fato de que a proposta que visa à fixação de redutor de velocidade nos corredores, de que trata o "caput" desse artigo, estabelece que deverá ser do tipo quebra-mola e implantado nos corredores de ônibus. Ora, essa seria, sem dúvida, uma solução boa, mas ela encontra uma primeira dificuldade, que é, justamente, de ordem técnica. A segunda dificuldade é de ordem legal. Tecnicamente, parece-me exagerado disporem-se, ao longo dos corredores de ônibus, inúmeros quebra-molas, lombadas, ondulações transversais ou calombos.

Então, parece-me tecnicamente difícil a aplicação, e até sob o ponto de vista econômico nós vamos encontrar algumas dificuldades. Então, essa primeira dificuldade, que é de natureza técnica, parece-me ser muito difícil ser suplantada, e a outra, que é de natureza legal. Não há respaldo na legislação e nas resoluções que tratam da matéria para que se coloquem redutores nos corredores de ônibus. Isso não desfaz, não desfigura o mérito da proposta e da intenção, que é , justamente, contribuir, aprimorar e otimizar as condições de segurança do nosso tráfego. Nós sabemos que hoje o trânsito preocupa sobremodo o brasileiro, e, de modo específico, o porto-alegrense. Ontem, o Presidente da República  teve a oportunidade de sancionar um novo código, o Código de Trânsito Brasileiro. Então, esse assunto, hoje, é de extrema importância pela realidade adversa do nosso trânsito e pela nova proposta de uma lei de trânsito que vai entrar em vigor a partir de 23 de janeiro do ano que vem. No momento estamos vivendo a Semana Nacional do Trânsito que foi instituída pelo CONTRAN, por volta de 1968, e que vai de 18 a 25 de setembro. Dia 25 de setembro é o Dia do Trânsito, eis porque amanhã a Câmara Municipal de Porto Alegre promoverá uma Sessão Especial dedicada a esse dia. Nós todos, Vereadores e povo de um modo geral, estaremos aqui na Sessão às 17 horas para demonstrar para o povo de Porto Alegre que estamos preocupados com a sorte do nosso trânsito. Amanhã, Sessão Especial, às 17 horas, com a presença dos 33 Vereadores e mais os Suplentes. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra. Desiste; O Ver. José Valdir está com a palavra. Desiste; O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES:  Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores. Comento também o Projeto Autorizativo, em Pauta, da Vera. Tereza Franco. Fiquei sabendo que ontem, no corredor dos ônibus, na Osvaldo Aranha, em frente ao Instituto de Educação, aconteceu o atropelamento de uma aluna por um ônibus. Vejo que este debate é muito importante. Temos que fazer com que a Câmara se envolva nesta questão dos acidentes e do desrespeito às leis de trânsito. Na Av. Antônio de Carvalho, em frente à Escola Gema Belia, há três anos foram colocados alguns redutores de velocidade, os chamados sonorizadores, redutores menores que não chegam a ser quebra-molas, e por uma ação judicial, impetrada não sei por qual cidadão da Cidade, que não deve estar preocupado com esse problema grande parte dos redutores foram retirados, em frente a essa Escola, na Antônio de Carvalho. Na Estrada do Forte, em frente à Escola Rubem Berta, e aqui, em frente ao Gasômetro, também havia esses redutores, que foram retirados por medida judicial. Alguém deve ter sido descontentado com essa medida.  Mas vejo que é um debate necessário, temos que nos preocupar com essas questões.

De fato, não entendo muito da questão técnica. Sei que um quebra-molas do feitio dos que vemos por aí, poderia trazer danos a um veículo pesado, mas há necessidade de serem colocados nos corredores, junto às principais vias, principalmente em frente a escolas ou próximo delas, para que o motorista seja alertado e não venha cometer este tipo de falta.

Gostaria de comentar, junto com o Projeto da Vereadora, que acompanhei, ontem, a assinatura, por parte do Presidente da República, do novo Código Nacional de Trânsito. E vejo que se algumas medidas forem seguidas, vamos baixar em muito o desrespeito às infrações ligadas ao trânsito. Só a questão de que se vai ampliar o valor das multas - e aí acho que esse item é importante, porque quando pesa no bolso, o cidadão se conscientiza mais -  já é um grande avanço.  Pelo que foi apresentado, ontem, como mudanças no Código Nacional de Trânsito, algumas multas serão pesadas para infrações. Isso vai ter bastante resultado.  Em relação ao Projeto da Vereadora, esta Casa tem que fazer um debate e adequá-lo às normas técnicas, à viabilidade técnica. Temos a questão do debate de a Casa autorizar, mandar o Prefeito fazer, que é outra questão. Mas, mesmo assim, está-se com uma iniciativa legislativa chamando a atenção do Prefeito para a questão de que é necessário chamar a atenção dos motoristas descuidados que andam pelo trânsito e que cometem esse tipo de falta grave, como foi o ocorrido ontem, defronte o Instituto de Educação, que acabou penalizando uma criança. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com o ocorrido nos momentos em que antecederam a este pronunciamento, foi retirada, de minha mesa, uma organização que eu queria fazer relativamente à questão de um dos Projetos que estão em Pauta e que ressalto a sua importância. Que não passe despercebida a iniciativa da Mesa Diretora desta Casa que apresenta o Projeto de Resolução nº 026/97, que reorganiza a carreira de assistentes administrativos, fazendo com que os servidores desta Casa tenham um novo alento para se aperfeiçoarem em seus trabalhos, para que, se esforçando e atingindo outros patamares de nível de escolaridade possam progredir na carreira. A iniciativa da Mesa é similar a já colocada e transformada em Lei pelo Tribunal de Justiça e Tribunal de Alçada e por certo trará, a curto ou, no mínimo, médio prazo, novos benefícios para os trabalhos deste Parlamento.

Quero assinalar a iniciativa do Vereador Suplente Jocelin Azambuja,  que hoje não está conosco. Eu, que tenho sido crítico de uma série de projetos desse ilustre parlamentar, preciso hoje vir a esta tribuna salientar a importância da iniciativa que o referido Vereador traz com a Proposição nº 021/97, que trata da obrigatoriedade de os centro comerciais destinarem áreas de descanso para os comerciários. Moro próximo de um Shopping Center e posso ver, quase que diariamente, as dificuldades por que passam os trabalhadores nesse tipo de empreendimento comercial.

Também quero comentar sobre um Projeto que, por certo, interessa,  porque o Ver. Pedro Américo Leal tem se preocupado com a questão do Instituto Dias da Cruz, da lavra do Ver. Antônio Hohlfeldt,  Líder do PSDB, dispondo sobre possibilidades da Lei  que trata da doação de um imóvel do Município a esse Instituto tão importante na área social desta Cidade. Apesar do mérito da iniciativa, é importante ressaltar - ainda mais essa iniciativa que se encontra sob a avaliação do Poder Judiciário deste Estado -  que não temos nós, de acordo com a Lei Orgânica que rege este Município, condições de iniciar matéria legislativa nesse tipo de questão. Apesar de tudo, para o debate político, a iniciativa do digno Líder do PSDB me parece importante, mas esbarra nesse tipo de obstáculo. Não estou, com isso, querendo diminuir o seu mérito, apenas fazendo essa referência. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  A Vera. Maristela Maffei está com a palavra. Desiste. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Senhor Presidente e Srs. Vereadores, quanto à observação do Ver. Juarez Pinheiro, sugiro que ele discuta o assunto com a nobre Procuradora da Casa porque, ou por incompetência da Procuradora,  ou pelo excesso de competência de V. Exa. ela não levantou essa questão. Creio que não estamos versando a mesma matéria. Estamos mudando uma Lei. E a Lei não está sendo questionada. O que está sendo questionado pelo Judiciário é uma interpretação da Lei. Portanto, com respeito a V. Exa., embora não sendo advogado, vou ficar, por enquanto, com a interpretação da Senhora Procuradora desta Casa, que não viu nenhum óbice na matéria até o momento.

Quero registrar que se encontra na Pauta de hoje o Proc. nº 2796/97, do Governo Municipal, que cria áreas funcionais de interesse público 579 e da Unidade Funcional Territorial 3, da Unidade Seccional Territorial Intensiva  37, que regulariza, na prática, o atual "campus" da PUC. Quero dizer que esse Projeto resulta de um processo verdadeiramente histórico, no sentido mais literal da palavra, porque ele deve ter começado ainda na gestão do Prefeito Alceu Collares, se não na gestão do Prefeito Dib, que são uma série de negociações sobre problemas gerados pela PUC inequivocamente, com a expansão da Universidade, parte dos quais começam agora a ser resolvidos; e outra parte que ainda não será resolvida com a votação desse Projeto. Mas o que quero registrar, de qualquer maneira, é que, é importante que, através desse Projeto, nós poderemos regularizar um conjunto significativo de construções da PUC, feitas por "n" motivos, ao arrepio da legislação vigente, que é o Plano Diretor de 1979 e que, dentro de um acordo encaminhado através da Prefeitura Municipal, terão, agora, a sua regularização, mas, ao mesmo tempo, para alcançar esta regularização, também terão a inclusão de alguns equipamentos que a PUC não havia colocado até então, sobretudo sobre a prevenção de incêndio dos prédios já existentes e que, de fato, eventualmente apresentam este problema. Como Professor da Pontifícia, eu fico satisfeito, porque se resolve um problema. E, como Vereador da Cidade, eu fico ainda mais satisfeito, porque, na minha condição de Secretário de Transporte, em determinado momento, e de Vereador, em muitas vezes,  fui dos tantos que lutou para que, enfim, PUC  e Prefeitura acertassem as pontas, porque quem perdia com o desacerto era a Cidade de Porto Alegre.

A Pontifícia Universidade Católica fez um investimento pesado, - considero isso  profundamente positivo para a Cidade de Porto Alegre - mas, ao mesmo tempo, a expansão da PUC gerou problemas para a Cidade como, por exemplo, na Avenida Ipiranga. Problemas  que, em parte, estão sendo resolvidos com a passarela e com os novos estacionamentos, mas problemas que continuam acontecendo. E problemas que, certamente, poderão ser piorados se viermos a aprovar o Projeto do Ver. Carlos Garcia, que oficializa os estacionamentos sobre as calçadas do Arroio Dilúvio. Vejam V.  Exas. que a pista da esquerda, pelo Código de Trânsito, é a pista de maior velocidade. E, justamente, é na pista de maior velocidade que o motorista manobra. Quando ele entra no estacionamento, ainda não é tão problemático. O problema é quando ele sai, porque ele tranca tudo, coloca em risco a segurança do motorista, a começar por ele próprio, e de todos os que vêm atrás, por causa da ré. E, sobretudo, tranca todo o fluxo de veículos.

O que eu tenho visto, Ver. Carlos Garcia, na minha prática de  quase que diariamente chegar à PUC no pior horário, que é  19h30min, é que, realmente, os nossos motoristas são muito ruins e as calçadas também não ajudam. Então, resultado: o veículo apaga, o motorista faz duas ou três tentativas de ré, sem sucesso, tem que cuidar para não bater o carro embaixo, porque o meio-fio é alto, ou seja, é, literalmente, um desrespeito a todos os demais motoristas que transitam por ali. E eu incluo os motoristas de ônibus, sobretudo os companheiros da Carris, que chegam "cortando" o horário para poder deixar os passageiros, que são os alunos e os professores. Portanto, eu espero  que a PUC resolva, de uma vez por todas, o problema do estacionamento  e, com todo o respeito ao Ver. Garcia,  espero que esta Casa não aprove o Projeto de Sua Excelência porque eu quero pensar o contrário: onde tem estacionamento, ele deve ser retirado. Quero fazer o registro de que a SMT,  depois de uma crítica de vários de nós aqui da Casa, fez o que deveria fazer: retirou o estacionamento, inclusive o que fica em frente à RBS, que não podia ter tratamento diferente. Todos os estacionamentos sobre a área do Arroio Dilúvio devem ser retirados, porque são prejudiciais ao interesse público. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Está encerrado o período de Pauta. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, passo a abordar um assunto que, há três anos, venho abordando, que é a colocação de mão única na Rua Cruz Jobim, na Zona Norte. É uma  necessidade, até por uma questão de segurança do trânsito, pois, até agora, a Rua Cruz Jobim tinha mão dupla, o que colocava em risco o passageiro de ônibus, o motorista de carro particular e assim por diante. No sábado passado, depois de muitas reclamações, a SMT anunciou  que faria a modificação, implantaria a mão única  na direção da Baltazar de Oliveira Garcia e na Cruz Jobim, e todos estavam felizes. Mas a SMT  fez uma enorme mentira e um enorme prejuízo a todos os moradores daquela área. Ela não só implantou a mão única  como jogou todo o  trânsito  da Avenida sobre a Cruz Jobim e ainda retirou  uma linha de ônibus, a T6. Não sei se é incompetência dos técnicos pois a maioria não  é mais do quadro, são contratados e nem de Porto Alegre são, não saem da sua cadeira de gabinete para olharem o local e não sabem os problemas que os moradores enfrentam. Pois eles resolveram dizer que o Ver. Antonio Hohlfeldt era o responsável por tudo o que estava sendo desfeito, porque, a essas alturas, nada foi feito.

As três vezes que fiz Pedidos  de  Providências  foram no sentido de implantar mão única na Cruz Jobim, e isto. eu mantenho. Isto não significa impedir a entrada na Gomes de Freitas, que aliás, é uma avenida com mão dupla, com canteiro central que acabou de ser asfaltada pela SMOV com dinheiro do PIB, com enormes placas de propaganda, e que agora tem uma pista absolutamente vazia para o lixo, para o areião, para estacionamento de automóvel dos moradores dos prédios da Gomes de Freitas. Burrice antológica de quem não vai no lugar olhar.

Eu quero registrar, aqui, não o meu descontentamento porque esse eu já disse, hoje, pela manhã ao Secretário Bertotto, mas o descontentamento, de todos os moradores da Cruz Jobim, porque todos queriam a mão única. Agora, daí a receber todo o trânsito que desce a Otávio Santos, desde lá de cima da Protásio, do SESC, até a Baltazar de Oliveira Garcia é de uma estupidez só de quem quer ser técnico, mas de técnico de trânsito, de fato, não entende nada. O segundo dado, me arrisco a dizer que é de má fé, porque, simplesmente, desviaram  a linha T6 da CARRIS para três quadras adiante e deixaram uma população enorme com uma única linha de ônibus disponível. Botaram a culpa na mão única da Cruz Jobim quando, na verdade, o T6 jamais passou na Cruz Jobim, porque ele desviava pela Gomes de Freitas, não cruzava a Baltazar de Oliveira Garcia dobrando à esquerda. Ele entrava na Baltazar e dobrava à direita indo em direção ao bairro. Uma mentira, ou má fé, e uma incompetência. As duas coisas, de toda a maneira, têm que ser corrigidas, porque elas não atendem ao interesse dos moradores do Jardim Ipiranga, do Jardim Itú-Sabará.

Eu tenho uma audiência na 6ª feira, pela manhã, solicitada com o técnico Vieira, que é o responsável agora por essas modificações e depois quero conversar com o Secretário-Substituto Amaury Cruz e sensibilizar as duas autoridades para os equívocos que se cometeram no encaminhamento dessa solução. Se resolveu uma formiguinha e se criou um elefante daqueles bem pretos, na Cruz Jobim  e no Jardim Itú-Sabará. Os moradores não gostaram nem um pouquinho. Após três anos de reivindicação para uma mão única, eles receberam, literalmente, um presente de grego que ninguém queria de maneira nenhuma. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)      

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra, em Comunicação de Líder, pelo PSB.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,  vamos utilizar o tempo de liderança relativo a um Pedido de Providências que ingressamos nesta Casa. É um Pedido de Providências no sentido do asfaltamento da Av. Borges de Medeiros, no trecho compreendido entre a Av. Ipiranga e o Viaduto da José de Alencar. A nossa preocupação é que aquele trecho é de paralelepípedo irregular, e seguidamente, em dias de chuva, têm ocorrido acidentes. O Ver. Isaac Ainhorn estava brincado dizendo para entrar no Orçamento Participativo. Só que, ao mesmo tempo, naquela localidade, não existe uma comunidade específica, porque serve de passagem para toda a Zona Sul.

A nossa preocupação, basicamente, é com a segurança. Aquelas pessoas que transitam ali são testemunhas de que, sistematicamente, em dias de chuva, acontecem acidentes. Só esperamos que acidentes mais graves - com morte inclusive - não ocorram. Por isso entramos com esse Pedido de Providências esperando que o Executivo, o mais breve possível, asfalte aquela Avenida, fazendo com que diminua o número de acidentes naquele local. Quem será beneficiado será o povo de Porto Alegre, mais especificamente os moradores da Zona Sul. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gilberto Batista está com a palavra, em Comunicação de Líder, pelo PFL.

 

O SR. GILBERTO BATISTA:  Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores; uso, inicialmente, o tempo de liderança do Partido da Frente Liberal para dizer que fico muito triste com os acontecimentos ocorridos hoje no Plenário desta Casa. Eu, como Vereador novato, de primeira legislatura, fiquei muito triste pelo ocorrido com dois colegas Vereadores, João Carlos Nedel e Gerson Almeida. Gostaria que estes dois Vereadores fizessem uma reflexão maior, e que a paz pudesse reinar neste Plenário.

Também, Sr. Presidente, uso este tempo para fazer coro às palavras do Ver. Carlos Garcia, mais uma vez sobre um assunto de Pedidos de Providências e solicitações. Srs. Vereadores do PT, gostaria de uma atenção muito especial neste momento, porque acredito que a lei não está sendo cumprida. Desde março, fiz 40 Pedidos  de Providências, de solicitações, Ver. Gerson Almeida, Líder do PT, e, até agora, Ver. João Dib, recebi apenas três respostas muito evasivas.

Então, solicito ao Ver. Gerson Almeida, aos Vereadores do PT - há dois aqui, três apenas , o Ver. Guilherme Barbosa está na Presidência - que possam ver o que está acontecendo no Poder Executivo, porque não temos as respostas que gostaríamos de dar à nossa comunidade. O Vereador, na comunidade, é cobrado: por que não reivindica, por que não solicita, por que não briga com esse Poder Executivo?

A nossa maneira de externar a nossa preocupação com a comunidade, de levar à comunidade os seus pedidos, é através de Pedidos de Providências e solicitações. Quero, também, registrar ao Ver. Adeli Sell, que neste momento adentra o plenário, o meu agradecimento pela interferência que este Vereador fez para uma audiência junto ao DEP. Mas digo, também, Ver. Adeli Sell, que  quanto às outras audiências que tanto solicito para a SMED, para o DEMHAB, ainda não fui contemplado. São assuntos, Vereadores do PT, que dizem respeito à minha comunidade do Bairro Sarandi.

Nessa visita ao DEP, que fiz por problemas de alagamento da Av. Assis Brasil - as Vilas Asa Branca e União têm um grande prejuízo nesse sentido -, o DEP  simplesmente me informou que esta obra não está  no Orçamento Participativo.

Pergunto, Ver. Antonio Hohlfeldt, Orçamento Participativo? Ainda não consigo entender como funciona o Orçamento Participativo, já tendo participado de duas rodadas, como convidado. Preocupado que fiquei ao Diretor do  DEP me dizer que uma obra orçada em oitenta mil reais,  que seria de  vital importância para  aquela comunidade na Av. Assis Brasil,  não estaria dentro dos planos contemplados, porque  o prazo já tinha expirado no Orçamento Participativo. Eu fico preocupado e gostaria  de rever algumas coisas no Orçamento Participativo, junto com os Vereadores do PT, junto aos Conselhos existentes e tentar  estabelecer  uma normativa de valores, de obras  a serem liberadas pelo próprio Orçamento Participativo, que vota as coisas que realmente  merecem os moradores daquela ou daquela  determinada rua de Porto Alegre.

A minha preocupação é esta: enfatizando sobre os meus Pedidos de Providência, Ver. Isaac  Ainhorn, que recebi três respostas de todos os  meus pedidos, aliás, segundo os Vereadores,  já estou até no lucro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:   O Ver. Fernando Záchia está com a palavra em tempo de Liderança.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,   o  Ver. Gilberto Batista  disse que encaminhou  ao Executivo Municipal vários pedidos de providências e não obteve, em alguns casos, as devidas respostas.

Ver. Gilberto Batista, talvez  seria bom V. Exa. encaminhar mais um pedido de providências  para saber o que  Prefeitura Municipal  está fazendo com o dinheiro   destinado ao seguro do usuário do transporte coletivo. Uma Lei,  de autoria deste Vereador, aprovada por esta Câmara no ano passado, e sancionada pelo Executivo Municipal em fevereiro de 1997,  determinava que, dentro do preço da tarifa,  um centavo,  socorre-me o Ver. Elói Guimarães,  seria destinado para que fosse  coberto o usuário do  transporte coletivo  na aventura de algum acidente. Tivemos  há pouco tempo em Porto Alegre, há três semanas atrás, um acidente envolvendo um ônibus intermunicipal,  na Assis Brasil,  que resultou  na morte de um passageiro. Felizmente, dentro deste  quadro negro,  este ônibus  intermunicipal tinha seguro e o seguro pagou o prêmio à família dessa pessoa que faleceu.

O Ver. Elói Guimarães, juntamente com o Ver. José Valdir, apresentou um projeto que foi aprovado por esta Casa, no mês de junho, e esse projeto mantinha o que havia sido regulamentado pela Prefeitura Municipal, que é a manutenção da obrigatoriedade do seguro, que as empresas de ônibus mantivessem o seguro para os passageiros.

O estranho, Ver. José Valdir - e V. Exa. tão habilmente trabalha nessa área - é que todas empresas da iniciativa privada que operam em Porto Alegre já introduziram o seguro, a única empresa onde não existe o seguro, e recebe  na tarifa, mas não tem ainda o contrato com as empresas seguradoras, é a Empresa Carris, que marcou para o dia 22 de outubro - e somente no dia 22 de outubro - a licitação. Vejam a morosidade da Empresa Carris para implantar uma decisão desta Casa que as empresas permissionários do serviço de transporte coletivo já obedecem. É como dizia o Ver. Isaac Ainhorn: ela recebe, arrecada e não utiliza para determinado fim. Onde fica esse dinheiro? Talvez deva ser mais um pedido de informações que V. Exa. deve apresentar, e certamente não obteria resposta, porque a resposta não interessa ao Executivo Municipal, mas quero saber para onde vai esse dinheiro.

Segunda-feira vou pedir o auxílio do Ver. Elói Guimarães para que tenhamos os dados corretos. Quantos ônibus a Empresa Carris já comprou, desde que existe essa lei até a data da licitação, que é 22 de outubro? Quantos ônibus já foram comprados com um centavo de cada passagem que ela obtém do transporte coletivo de Porto Alegre, e não utiliza naquilo que a lei determina, que é a cobertura de seguro? Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Há um processo sobre a Mesa que requer Reunião Conjunta das Comissões. Solicito ao Ver. Elói Guimarães, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, que assuma a presidência, realizando-se a Reunião, para que possamos examinar este Processo.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Parece que o entendimento que havia era inicialmente ingressarmos na Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa agradece a colaboração e entende que é melhor porque os Vereadores que não estão neste momento, estarão na hora da chamada e nós teremos quórum.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem) : O Ver. Gerson Almeida havia conversado comigo, agora o Ver. Isaac Ainhorn expressa a mesma preocupação. A minha sugestão é de que, ao entrarmos na Ordem do Dia nós invertêssemos  para os Requerimentos, para atender aquilo que é prioritário; se votam os Requerimentos e se suspende a sessão para Reunião da Comissão Conjunta.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Tem um Projeto de Lei do Executivo, à folha 10,  que é muito simples, que declara de utilidade pública o Grande Oriente Estadual Sul-Riograndense- Goesul. Tem dois de utilidade pública, são menos polêmicos que os Requerimentos.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa tem uma sugestão, tendo em vista uma opinião do Ver. Elói Guimarães. Nesse processo há praticamente um acordo, nós só precisamos formalizar rapidamente a Reunião. E imediatamente entraríamos ou nos requerimentos ou nos projetos, aí temos que ver. Mas os Srs. Vereadores poderão propor e a Mesa vai submeter ao Plenário. 

Passamos à

                                  

ORDEM DO DIA

 

O SR. PRESIDENTE: Estão suspensos os trabalhos para reunião da Comissão de Constituição e Justiça.

 

(Suspendem-se os trabalhos às l7h07min.)

                                         

O SR. PRESIDENTE (às 17h13min): Dando prosseguimento à Sessão, o Ver. Antonio Hohlfeldt  está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a inversão dos trabalhos, iniciando-se com a votação dos Requerimentos, já que temos prioridades, em relação a essa questão. Já acertado com a Liderança do PT.

 

O SR. PRESIDENTE:  Em votação o Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Antes de iniciarmos à votação, peço a atenção dos Srs. Vereadores para o que vai ser falado. Ao visitar o Superintendente-Geral do INCRA, Sr. Jânio Guedes Silveira, junto com os Vereadores, eu e o Dr. Clóvis Fernando Shwertner,  prometemos lhes enviar as notas taquigráficas dos pronunciamentos feitos pelos Vereadores, logo após o uso da Tribuna Popular.

Os Srs. Vereadores que fizeram uso da palavra naquele momento, podem liberar os seus discursos, porque o Delegado Federal do Ministério da Agricultura está viajando hoje e gostaria de ter em mãos não só as Moções de apoio, mas também os discursos dos Srs. Vereadores, uma vez que todas a Bancadas manifestaram apoio, para que ele possa usar isso junto às autoridades com quem ele vai discutir em Brasília, para que as verbas solicitadas pelos colonos sejam liberadas. Repetimos, se não houver  objeção, nós vamos liberar as cópias taquigráficas. Por exemplo, o discurso do Ver. João Dib, nós imaginamos que ele não queira que seja enviado.

Vou pedir  a nossa assessoria para passar um por um dos Vereadores e pedir que rubriquem a autorização. Cada Vereador vai dar uma lida rápida nos pronunciamentos, porque precisamos mandar hoje. Se os Srs. Vereadores estão de acordo, com a ressalva de que haverá uma rápida conferência, nós vamos tocar outros assuntos. São todos os pronunciamentos da Tribuna Popular, até o momento da suspensão para  a Reunião. 

Com a palavra o Sr. Secretário Guilherme Barbosa para ler os Requerimentos.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA:  Requerimento nº 234/97, Moção de Solidariedade, de autoria do Ver. José Valdir, solicitando que após os trâmites regimentais seja manifestada a solidariedade da Casa aos pequenos agricultores que estão em greve de fome.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

A Moção será incorporada aos documentos que entregaremos ao Dr. Clóvis.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Requerimento nº 237/97, Moção de Solidariedade à luta dos pequenos agricultores, apresentada pelo Ver. Gerson Almeida.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Questão de Ordem): O Ver. José Valdir entrou com um Requerimento bastante assemelhado. Creio que esse Requerimento fica prejudicado.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai terminar a leitura e pede que, depois, os Srs. Vereadores esclareçam a questão.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê o Requerimento do Ver. Gerson Almeida.)

 

O SR. PRESIDENTE: Antes de entrar em encaminhamentos, a Mesa pergunta se permanece o dúvida do Ver. Gerson Almeida.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Acho que só está prejudicada a segunda porque o Ver. José Valdir incorporou parte do texto. Já foi votado e me parece que não caberia votar duas coisas com o mesmo conteúdo.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa considera prejudicado o Requerimento  nº 237/97, do Ver. Gerson Almeida em função de que se trata da mesma questão do Requerimento nº 234/97, recém aprovado.     

Requerimento nº 230/97, de autoria do Ver. Gerson Almeira, solicitando que se faça uma Moção de Solidariedade aos trabalhadores do serviço público federal, que lutam pelo resgate de sua dignidade funcional e do respeito ao papel do serviço público.

Em votação nominal, por solicitação do Ver Isaac Ainhorn.(Após a chamada) 23 votos SIM, 01 ABSTENÇÃO, está  APROVADO o Requerimento.

A Mesa está fazendo um dossiê, para entregar ainda hoje ao Sr. Clóvis  Antônio Schwertner, para levar ao Ministro Arlindo Porto Neto, Pedro Malan, Raul Jungmann Pinto, Milton Seligmann e Pedro Parente. São as pessoas que eles solicitaram que nós mandássemos esse material.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem):  Sr. Presidente, V. Exa está se referindo ao processo anterior, em relação aos pequenos produtores rurais. Queria, como contribuição à Mesa, sugerir que V. Exa. agregasse a parte da votação propriamente dita, o apanhado taquigráfico da votação da Moção do Ver. José Valdir, pois é importante ter a posição da Casa, como unanimidade, ou seja, a própria Bancada do PSDB está de acordo com o encaminhamento que foi dado.

 

O SR. PRESIDENTE: Requerimento nº 238/97, de autoria da Mesa Diretora, que requer a  realização, no dia 21 de outubro, às 15h, de  Sessão Solene em homenagem aos 20 anos do Jornal Krônica.

Em votação (Pausa). Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados (Pausa). APROVADO,  contra o voto da Vera.  Maria do Rosário.

 Requerimento nº 232/97, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, requer seja encaminhado ao Sr. Presidente da República, Ministro do Planejamento e Governador do Estado, Moção de Repúdio às políticas do Governo Federal e Estadual que penalizam as finanças municipais, tais como Lei Kandir, Fundo de Estabilização Financeira, FUNDOPEM, IVVC, Salário-Educação, as quais em 1997 trarão a Porto Alegre perdas de aproximadamente 31 milhões, 641 mil e 702 Reais.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Esclarecimento): Sr. Presidente, só agora que descobriram isso? Os Secretários se reuniram e só agora descobriram isso, em 1997?

 

O SR. PRESIDENTE: Na verdade, Ver. Pedro Américo Leal, V. Exa. deve ter acompanhado a uma série de movimentos dos Governos Municipais nesse sentido, e as Câmaras começaram, agora, a se incorporar nesse movimento.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Mas, Sr. Presidente, eu, não sendo economista, sabia disso desde que começou.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa entende que nos encaminhamentos poderá haver maior esclarecimento a V. Exª. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra encaminhar.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Caro Ver. Pedro Américo Leal, que foi um dos que esteve aqui na Sessão, quando esta matéria foi apreciada, e votou favoravelmente, e, por apenas um voto, não tivemos quórum suficiente.

A oportunidade da matéria está estampada, e como já falei na outra vez, e não quero me prolongar mais. No Jornal do Comércio de hoje, desta Cidade, diz: "Todos contra a Lei Kandir". A nossa proposta objetiva, com essa Moção, e condenar as políticas do Governo Federal e Estadual, que retiram recursos dos municípios para que se consiga fortalecer um plano, que V. Exa. tem combatido, aqui, com a veemência e a capacidade que lhe é peculiar - o Plano Real. Na verdade a Lei Kandir, só ela dará ao Município perdas de aproximadamente 16 milhões de reais. Junto a essa tem o FEF, que substitui o fundo, anteriormente extinto, cujo objetivo principal é a manutenção do Plano Real. Um Plano que a exemplo dos planos econômicos, aplicados na Ásia, nos tigres asiáticos, com base no endividamento público, através de dívidas internas e externas, planos que com base na sobrevalorização da moeda no País.

Planos artificiais que buscam manter uma política determinada pelo capital financeiro internacional cuja conseqüência é essa que  vimos na Moção anterior, a retirada de direitos trabalhistas, os funcionários públicos federais sem receberem há 30 meses. E a passagem de serviços públicos que são do Governo Federal aos municípios. Ora, Srs. Vereadores, se passam serviços, se municipaliza serviços e se retira dinheiro dos municípios. Não é possível que  venhamos a compactuar, e que o Município de Porto Alegre que, no total, somando FEF, somando a Lei Kandir, somando salário-educação e a política de desoneração fiscal do Governo do Estado vai atingir em torno de  trinta e dois milhões de dólares a menos na sua receita. Exatamente com isso,  Srs. Vereadores, por esses motivos, com a consideração de que esta  é uma leitura que fazem todas as pessoas sérias deste País, inclusive pessoas que não são do nosso espectro ideológico. Secretários de Estado que estão contra a Lei Kandir. E veja, Ver. Américo Leal, a oportunidade dessa iniciativa.  Vereadores,  deputados, governadores de vários partidos estão apelando ao Governo Federal para que esse tipo de postura dada pela Lei Kandir, que retira o ICMS de produtos semi-industrializados, de produtos primários, penalizando a receita de municípios e  de estados para que seja alterada.

É o clamor da Nação, é o clamor desta Cidade, deste País e há uma posição inflexível do Governo Federal e principalmente do Ministro do Planejamento que não aceita essas alterações.

Eu quero convocar os Nobres Vereadores deste parlamento que, indiferente de questões partidárias, de questões ideológicas se manifestem em benefício dos cidadãos desta Cidade, deste País, que estão sendo penalizados por políticas equivocadas e que vêm em sentido contrário ao direito e a justiça que merece o cidadão desta Cidade e deste País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a Moção de Repúdio às Políticas do Governo Federal e Estadual. Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)  APROVADO,  com a ABSTENÇÃO do Ver. João  Dib e o voto contrário do Ver. Antonio Hohlfeldt.

Requerimento nº 214/87, de autoria do Ver. Renato Guimarães que requer renovação de votação do Processo nº 2737/97 – Moção de Repúdio  ao Governo do Estado por ter entregue a administração da FEBEM à Brigada Militar.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu já encaminhei contrariamente a essa Moção na Sessão anterior e procurei informações a respeito da falada intervenção da Brigada Militar no Instituto Central de Menores.

Mantive contato com a Coordenadoria da Brigada Militar, e fui informado de que, a pedido da FEBEM. a Brigada Militar cedeu 3 oficiais superiores para administrar o Instituto Central de Menores. Esses 3 oficiais superiores - com curso superior de oficial na Brigada Militar,  estão administrando, coordenando e instruindo os monitores, dando-lhes orientação técnica e de formação de segurança pública. Sou sabedor que, inclusive, havia agressão física por parte de monitores a internos. Com essa intervenção de oficiais superiores da Brigada Militar, isso não tem mais acontecido e não irá mais acontecer. Os resultados têm sido muito bons e os próprios internos estão satisfeitos com essa administração.  Hoje nós temos a administração da Brigada Militar nos 3 presídios de segurança do estado, e os internos não querem que a Brigada Militar saia do comando desses presídios. Por isso, a intervenção desses oficiais é altamente positiva aos internos do Instituto Central de Menores, que estão satisfeitos, e esses oficiais estão impedindo futuros motins, futuras fugas,  pois  aconteceu uma tentativa há quatro dias. É uma posição correta, devida e adequada.

Lamentamos que uma proposição não tenha um fundamento adequado. Acho que o Ilustre Ver. Renato  Guimarães não foi informado a respeito e, portanto, o meu encaminhamento é frontalmente contrário a essa Moção, por ser totalmente indevida. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar pelo PSDB.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu não entendi o porquê da Renovação de Votação. Porque foi amplamente explicado para a Vera. Maria do Rosário, por exemplo, no dia do debate eu falei com a Dra. Maria Josefina Becker, Diretora, e expliquei a ela que algumas afirmações que a Vera. Maria do Rosário tinha feito sobre a inexistência de psicólogos e psiquiatras, não mais ocorriam, porque no dia de hoje tem junto aos técnicos da direção um psiquiatra trabalhando junto aos internos permanentemente.

Realmente, Ver. Renato Guimarães, quando se chamou a Brigada Militar havia risco de vida para internos, funcionários e para monitores. A única alternativa saudável, nesse momento, é realmente tomar uma providência. Como foram tomadas as providências, ficou acertado entre o Secretário da Segurança - que, com freqüência, está dentro da Fundação Estadual do Bem Estar do Menor - com a Dra. Maria Josefina e com os técnicos e deliberaram um outro tipo de orientação, inclusive, com problemas graves. Quando eu falei em vícios, eram vícios administrativos, Ver. Renato Guimarães, porque é muito freqüente que em instituições fechadas, como se chama tecnicamente, a ocorrência dos mesmos problemas, porque o muro das instituições não faz com que se mude a sociedade, continua tudo igual sendo repetido lá dentro. Então, tem tráfico de tóxico, etc. O que tem aqui fora, tem lá dentro e se reproduzem. Muitas vezes, em ambientes fechados é muito pior do que em um ambiente aberto como é a sociedade toda, nas ruas.

Esse problema de concentração de criminalidade que é um problema social gravíssimo de extrema dificuldade de se contornar, ele foi contornado. Havia um motim por semana, mas agora eles se acalmaram. Na verdade o papel de oficiais da Brigada e instrutores com curso especializado fez com que novamente voltasse a reinar a calma, não havendo a necessidade desse tipo de atitude, quando pelo menos dessa vez, Ver. Renato Guimarães, admita que o Estado agiu certo, correto e na causa. Por isso, pela seriedade que esse assunto está a exigir, pela postura que nós Vereadores temos que ter em relação aos gravíssimos problemas que enfrentamos em relação ao menor e aos adolescentes e com os seus direitos, temos visto que as instituições, mesmo não sendo comandadas ou administradas pelo Partido dos Trabalhadores  indiscutivelmente têm, hoje, através da Direção do Instituto Central de Menores e da Fundação de Bem Estar do Menor promovido o saneamento desse tipo de problema, inclusive do excesso de pessoas internadas dentro das instituições, quando já estão concluídas dez casas, em que serão diluídos os problemas que a concentração carcerária faz com que ocorram com muito mais intensidade.

Pela seriedade do assunto peço que o Ver. Renato Guimarães retire esse Requerimento, porque não condiz com os foros de verdade. Que esta Casa esteja voltada aos melhores interesses da população de Porto Alegre. Não é justo que se faça uma renovação de votação agora, se não existe mais o problema, lamentável e dolorosamente para os nossos ideólogos da representação governista da Casa.  Obrigado.

   

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o meu espanto e a tristeza é maior  ainda,  porque além de inverdades e da falta de informação de parte de alguns Vereadores que usaram esta tribuna, eu acho que, também, há um total desmerecimento, por parte desta Casa, sobre este assunto. Estou muito triste em relação à postura que alguns Vereadores estão tomando em relação à questão da intervenção na FEBEM.

Eu tenho dados da Associação dos Funcionários da FEBEM, acompanhei todo o material que saiu na imprensa, tenho contato, no mínimo, com 10 monitores que trabalham, hoje, no Instituto Central de Menores. Na relação, enquanto Conselheiro Tutelar, conheci grande parte dos companheiros que são dirigentes da FEBEM, alguns ligados ao Partido do Ver. Antonio Hohlfeldt, a própria Presidente da FEBEM, Maria Josefina Becker, nas tratativas que tivemos, nos relacionamos muito, fazendo debates pela questão do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Digo que a minha solicitação, naquele dia, foi sim, de repúdio, porque a sociedade simplesmente se calava à intervenção militar numa instituição sócio-educativa. Naquele momento, era só uma solicitação de repúdio. Hoje, eu posso dizer que é mais do que repúdio, é tristeza também, porque a sociedade se manteve calada à intervenção no Instituto Central de Menores.

Pelos relatos que se têm lá de dentro, Ver. João Carlos Nedel, que não coincide em nada com o que o Vereador colocou aqui, são trágicos.  Relatos vindo da Monitoria dizem que a situação lá é muito difícil. Hoje, as atividades sócio-educativas quase não acontecem. Se vive, nesse momento, no Instituto Central de Menores,  tanto para os Monitores como para os adolescentes infratores que estão lá cumprindo medidas sócio-educativas, uma situação de pânico.

Não fui eu que pediu a Renovação de Votação, foi o Ver. João Antônio Dib. Eu concordei com ela, porque achava e acho que a Casa tem que fazer este debate, as pessoas têm que vir aqui e dizer qual a visão que elas têm do Estatuto da Criança e do Adolescente. As pessoas têm que vir aqui e assumir que a sua visão é uma visão de opressão, sim, é uma visão de tratar aqueles adolescentes infratores como detentos, como falou o Ver. João Carlos Nedel, que desconhece totalmente o Estatuto da Criança e do Adolescente. Não deve conhecer as medidas que são aplicadas às crianças e adolescentes infratores. Há necessidade  de um reordenamento da FEBEM. A estrutura do prédio não aceita  a população de cento e sessenta  adolescentes e tampouco é possível a aplicação de um projeto pedagógico lá dentro.

Há necessidade, sim, de um conjunto de medidas que restabeleçam o atendimento sócio-educativo para os adolescentes infratores. Agora, não será a intervenção da Brigada que vai resolver o problema. A própria Brigada sabe disso, não  é a intervenção de força que vai levar o Instituto Central de Menores a uma paz  e funcionamento e sim medidas de descentralização, de qualificação dos profissionais que estão trabalhando com esses adolescentes lá dentro. Agora, não poderia deixar de manifestar a minha tristeza por alguns Vereadores da Casa desconhecerem matéria tão importante para este País que é o Estatuto da Criança e do Adolescente. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar pelo PDT.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,  durante muitos anos tive a honra de conviver com os funcionários da FEBEM reunidos sob a sigla da AFUFE, Associação dos Funcionários da FEBEM, e, a partir desse convívio, pude analisar o empenho e a dedicação daqueles funcionários em condições, muitas vezes, de prejuízo à saúde, normalmente, com salários muito baixos e com essa dedicação às crianças e aos adolescentes.

Ao  longo dos anos, Ver. Renato Guimarães, pessoalmente verifiquei que aqueles servidores tinham e têm condições altamente qualificadas, normalmente, não reconhecidas pelas direções que se sucederam e faço elogios a esta direção que na minha opinião, é das melhores que teve a FEBEM e confirmo isso pela minha experiência pessoal com as direções da FEBEM. Normalmente o esforço, a dedicação, o empenho e a qualificação desses servidores não é reconhecida ao longo dos anos.

 Entendo, por isso, que o fato de estar lá um aparelho policial militar, a transformar aquela casa, a casa em sentido amplo, ou seja, as casas, em estabelecimentos prisionais que passam a ter definitivamente essa característica pela manutenção do aparelhamento policial-militar, para todos nós, é inconcebível. Ver. Renato Guimarães, não é a casa que pensa isso. Eu respeito sempre a posição de cada Vereador sobre cada tema, mas, efetivamente, se há alguma solução, alguma medida a ser tomada em relação à FEBEM, não é a que foi tomada, e até se admitiria, teoricamente, a hipótese de uma situação como essa durar 1 ou 2 dias.

O fato de ela se tornar, de um caráter provisório para um caráter permanente, na prática é isso que acontece, é transformar, sim, o estabelecimento como um todo em estabelecimento prisional e passa a ter essa característica e a nossa legislação que não permite a prisão de menores e adolescentes, na prática, é infringida acintosamente com esse tipo de medida. Nós temos, agora, prisão, sim, em Porto Alegre, sim, para crianças e adolescentes e não contem para eles que o Estatuto da Crianças e do Adolescente não permite. Não contem para eles que antes do Estatuto já não era permitido porque eles não vão acreditar. Eles estão presos, sim. A guarda que trabalha lá é a guarda que trabalha no Central, é a guarda que trabalha no Jacuí, é a guarda que trabalha em todos os presídios do Estado. É o mesmo tipo de guarda. Obviamente, a culpa não é dessa guarda, ela tem um treinamento específico e vai realizar e efetivar aquilo para o que foi treinada. A culpa é de quem determina que esse tipo de servidor policial militar vá agir, ali, onde se têm crianças de meses de idade, onde se têm crianças com deficiências de todo o tipo, onde há adolescentes sem condições de um aprendizado qualquer nessas condições. Há deficiências? Há. Há problemas? Há. A solução não é essa. Esse é o dado.

A solução, Ver. Pedro Américo Leal, é dar condições a esses funcionários qualificados, é aumentar esse quadro para que trabalhem  efetivamente, mas não transformar, como está transformado na prática - e V. Exª sabe disso, porque é um homem com experiência em presídio - em um presídio, sim, para crianças com meses de idade; é um presídio, sim, para adolescentes de 14, 15 anos. Então, tenhamos a posição correta - e V. Exª tem posição firmada sobre isso, defende a prisão para menores de idade, sei que defende - agora, quem não defende, não pode defender aquela instituição da forma como está. Da maneira como está é prisão para crianças e adolescentes, é nesse sentido que temos que encarar a situação. Se defendermos esse tipo de prisão para menores de 18 anos é um discurso; mas se não defendermos, se defendermos a legislação atual e a anterior - que não permitiam esse tipo de presídio - então temos que combatê-lo. E a Moção, por isso, merece o nosso apoio. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra, para encaminhar, pela Bancada do PT, uma vez que o Ver. Renato Guimarães encaminhou como autor.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, queremos saudar e pedir a aprovação dos senhores à Moção proposta pelo Ver. Renato Guimarães. A proposta é absolutamente sensível ao momento que estamos vivendo e ao compromisso que temos, primeiro, com as crianças e adolescentes, mas também, Srs. Vereadores, não esqueçam, com a legalidade. Num primeiro momento é importante que se diga que não é missão institucional da Brigada Militar atuar dentro de uma instituição como a Fundação Estadual de Bem Estar do Menor, e o V.  Exªs sabem disso.

Segundo, do ponto de vista do atendimento das crianças e adolescentes, está claro que a FEBEM, que atua em diferentes áreas relacionadas a crianças e adolescentes, tem sob sua guarda, por determinação judicial, jovens adultos, adolescentes que estão com medida sócio-educativa de privação de  liberdade. A medida sócio-educativa precisa ser aplicada, e ela não se chama prisão, ela se chama medida sócio-educativa. O legislador, aquele que atuou na  configuração do ECA, ele estabeleceu  a medida sócio-educativa como uma série de ações ao que o adolescente deve ter garantias.

Hoje, dentro da FEBEM, o adolescente não tem essas garantias.  Não está garantido a ele um projeto pedagógico adequado à sua formação como pessoa e aprendizagem. Não basta se dizer que existe uma escola, porque a escola que está ali dentro não está adequada ao atendimento daquela população, daquela comunidade, que precisa de um atendimento diferenciado, justamente porque vem de uma história de fracasso escolar, de não-aceitação dentro da escola, de abandono dentro da escola.

Dentro da FEBEM, nos dias de hoje, não existe um projeto pedagógico adequado. Aqueles jovens têm direito a programas educativos de formação para o trabalho. Impera dentro da FEBEM a verdadeira ociosidade. O tempo não ocupado, de não-produção, que não é de reflexão  sobre a sua vida e sobre seus direitos como cidadão para que ele possa, naquela instituição, recompor a sua história de vida de forma a um determinado momento sair dessa instituição podendo estar integrado à sociedade, que deve constituir oportunidades de trabalho e estudo aqui fora, também.

Srs. Vereadores, é preciso o reordenamento institucional. Eu tinha entendido em todo o discurso da Presidente da FEBEM, Josefina Becker, por quem tenho muito respeito, que um dos princípios seria o da incompletude institucional, ou seja, que a FEBEM não poderia ser uma instituição fechada em si mesma, mas que a Secretaria da Educação, a Secretaria da Saúde, as diferentes instituições do Poder Público poderiam contribuir para que ela fosse o mais possível aberta para a sociedade, favorecendo a integração. Mas  acho que não é colocar o princípio da incompletude institucional e prática é chamar para dentro da FEBEM a Brigada Militar. Isso é militarizar  a instituição, é romper com o Estatuto da Criança e do Adolescente, é romper com o princípio, este sim que tem que ser pedagógico e da formação humana e apostar todas as fichas  na repressão pura e simples que é para o que  a Brigada Militar tem  a sua missão  institucional.

Portanto, Srs. Vereadores,  se  nós defendemos  os direitos humanos, se nós defendemos o Estatuto da Criança e do Adolescente, se nós defendemos a legalidade  e se defendemos um futuro digno para essas crianças   temos que, neste momento,  aprovar a proposição do  Ver. Renato  Guimarães. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Em votação nominal, a pedido dos Vereadores  Renato Guimarães e Antonio Hohlfeldt,  o Requerimento  de autoria do Ver.  Renato Guimarães. (Após a chamada nominal). São 12 votos SIM, 10 votos NÃO, 1 ABSTENÇÃO, APROVADO  o Requerimento.

 

O SR. ADELI SELL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu solicito à Mesa que tome providências porque eu acabo de receber um envelope fechado, inclusive com remetente, contendo uma folha com uma campanha claramente nazista, com uma suástica. Não tem nada no verso, mas tem aqui o que eu entendo ser de uma página da Internet. Eu passaria a V. Exª para que tomasse as devidas providências, porque nós vivemos num País democrático e ao lado da fotografia de um cidadão existe a palavra "Aryan".

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, eu pediria que a Mesa, através do Ver. Guilherme Barbosa, declinasse os Vereadores que votaram não, porque eu contei 11 e o resultado foi de 10. Apenas para confirmar.

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos conferir.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, gostaria de dizer que a Comissão  de Defesa do Consumidor e de Direitos Humanos tratou sobre matéria dessa natureza, em sessão da Comissão, e, inclusive, fez um ofício circular a todos os gabinetes perguntando, no primeiro momento, se haviam recebido matéria desta natureza. Porque recebemos, na Comissão, por ofício, denúncia da  Vera. Tereza Franco bastante ofensivo, inclusive,  àquela Vereadora de um chamado "poder branco". Então oficiamos a todos Vereadores e estamos recebendo esta matéria, sobre o que já fizemos contato com o Ministério Público no sentido de se estabelecer uma investigação acerca destes endereços e desta provocação que a Câmara Municipal de Porto Alegre está recebendo e sobre a qual não poderá concordar.

Então agradeço a V. Exª a  possibilidade dizendo que foram estas as determinações oficiadas a partir de deliberação da Comissão de Direitos Humanos e gostaria que V. Exª nos ajudasse deferindo este encaminhamento como um encaminhamento da Casa.

 

O SR. PRESIDENTE: Uma vez recebido uma proposta aprovada por Comissão, à Mesa compete encaminhar. É o que tem sido feito.  Não entendi se já foi remetido à Mesa ou não.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Esclarecimento):  Sr. Presidente, tomamos a liberdade, como Comissão, de enviar aos gabinetes uma pergunta: se eles estavam recebendo. Se V. Exª determinar, poderemos obter cópias desse material e, inclusive, já fizemos contato com o Ministério Público sobre essa matéria.

 

O SR. PRESIDENTE: Esse material, pelo que eu entendo, salvo melhor juízo, será encaminhado à Comissão. Eu recebi carta anônima e meus pais, em Ijuí, receberam carta anônima com ameaça. Maior parte das vezes tenho ignorado, mas realmente são cartas de outro nível, não chegam a ser nazistas e são anônimas, mas esta aqui está com remetente. Vamos juntar os materiais e solicitar aos Srs. Vereadores que façam a juntada de todos os materiais desse nível e façam chegar à Presidência que fará chegar à Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Acho que essa seria uma forma de concentrar os trabalhos desta Casa no sentido de descobrir o caminho mais certo para coibir esse tipo de processo.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Questão de Ordem): Diante da sua decisão, acho até desnecessária a minha intervenção. Mas é que eu também recebi farto material - que o ilustre Ver. Adeli Sell apontou a V. Exª -, eu tenho a impressão de que há uma invasão, em toda a Casa, de missivas quanto ao poder da raça negra, e quanto às intenções da raça judaica; tudo praticamente dirigido para o negro e para o judeu. Diante do que V. Exª decidiu, faço também essa remessa desse material, porque não fui o único Vereador a ter recebido isso.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Esclarecimento): Só para informá-los de um dado que acho fundamental. O remetente  - que enviou correspondência ao Ver. Pedro Ruas - que mora  na Rua Fernandes Vieira, nº 314/ 32, chama-se Jaime Kersch. Jaime Kersch, um querido colega meu, médico, judeu,  já é falecido e morava na Fernandes  Vieira 314. Quero deixar claro isso, até para ressalvar a memória de uma pessoa minha amiga, e mais do que isso, para ver a falsidade, a inautenticidade desse tipo de documento.

 

O SR. PRESIDENTE:  É um registro bastante sério que será anexado, até porque se pode tomar as notas taquigráficas, se V. Exª permitir, para serem remetidas à Comissão. É um depoimento seríssimo.

O Sr. Secretário vai ler os votos relativos a Renovação de Votação do Requerimento nº 214/97..

 

O SR. SECRETÁRIO: Votos não: Vera. Anamaria Negroni, Ver. Antonio Hohlfeldt, Ver. Cláudio Sebenelo, Vera. Clênia Maranhão, Ver. Fernando Záchia, Ver. João Carlos Nedel, Ver. João Dib, Ver. Luiz Braz, Ver. Pedro Américo Leal e Ver. Gilberto Batista.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação Requerimento nº 231/97, Moção de Solidariedade ao Movimento Gaúcho pela Cidadania, de autoria do Ver. Gerson Almeida (Pausa. ) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO contra os votos dos Vereadores João Nedel, João Dib, Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo, Gilberto Batista e Antonio Hohlfeldt.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 0810/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 014/96, que cria e extingue cargos de Provimento Efetivo no Plano Classificado de Cargos do Departamento Municipal de Água e Esgotos. (Motorista, Operador de Máquinas Especiais e Operário)

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

-  da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto.

     

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros  da CMPA

-  Art. 82, § 1º, III, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o  PLE 014/96. (Pausa.) Encerrada a discussão. Não há quórum para votação.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h24min.)

 

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